PSOL aciona PGR contra Bolsonaro por fala sobre Santa Cruz

O partido alega que Bolsonaro fez 'apologia de crime' e cometeu 'improbidade administrativa'

por Giselly Santos ter, 30/07/2019 - 08:50
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

O PSOL da Câmara dos Deputados acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) por conta das declarações sobre o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Na representação, o partido alega que Bolsonaro fez “apologia de crime” e cometeu “improbidade administrativa”. 

Nessa segunda-feira (29), o presidente atacou Felipe Santa Cruz ao falar do desaparecimento do pai dele, Fernando Santa Cruz, na época da ditadura militar. Fernando foi integrante do grupo Ação Popular (AP), contrária ao regime, e sumiu após ser preso em fevereiro de 1974 por agentes do DOI-CODI, no Rio de Janeiro. 

Bolsonaro, inicialmente, disse à imprensa que sabia a verdade sobre o desaparecimento do pai de Felipe e que poderia dizer, caso o presidente da OAB quisesse. Depois, enquanto cortava o cabelo, o presidente gravou um vídeo minimizando a declaração e afirmando que não foram os militares que mataram Fernando Santa Cruz. Bolsonaro disse, ainda, que ele foi vítima do próprio Ação Popular.

Na representação encaminhada à PGR, o PSOL pondera que as declarações do presidente brasileiro são uma “desumanidade”. “Compete ao Estado Brasileiro não apenas a obrigação de reparar os danos sofridos pelas vítimas da ditadura militar, mas também o dever de não infligir a elas novos sofrimentos. E, neste sentido, foi exatamente isso o que a declaração de Bolsonaro acarretou: da maneira mais vil, atingiu os familiares de vítimas da ditadura militar brasileira”, diz o texto.

Felipe Santa Cruz também decidiu interpelar Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

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