Após impor derrotas ao governo, STF é criticado no Twitter

A campanha #STFVergonhaNacional, levada adiante por simpatizantes do presidente e por deputados de seu partido é uma resposta às derrotas que a Corte impôs nesta quinta ao governo, na volta do recesso

sex, 02/08/2019 - 14:40
Antonio Cruz/Agencia Brasil Antonio Cruz/Agencia Brasil

Às 12h30 desta sexta-feira, 2, completaram-se 12 horas de críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) no Twitter, a maior parte acompanhada da #STFVergonhaNacional. A campanha, levada adiante por simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro e por deputados de seu partido, o PSL, é uma resposta às derrotas que a Corte impôs nesta quinta-feira ao governo, na volta do recesso.

"O STF mal voltou do recesso, e já tem #STFVergonhaNacional nos trending topics. Que orgulho da nossa Suprema Corte, não é mesmo?", tuitou a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), a mais dedicada de sua bancada em criticar a Corte.

As críticas dos governistas focam principalmente na decisão do ministro Alexandre de Morais, que suspendeu investigações feitas pela Receita Federal que envolviam um grupo de pessoas nas quais estavam o ministros do STF e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), além das esposas de Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

Também é alvo de críticas a decisão do Supremo que impediu que a Polícia Federal pudesse destruir mensagens recolhidas com os hackers que atacaram telefones de autoridades, como pretendia o ministro da Justiça, Sergio Moro.

Deputada estadual mais votada do País, Janaina Paschoal (PSL-SP) divulgou um abaixo assinado que pede o impeachment do presidente do STF, Dias Toffoli, que estaria, na visão da parlamentar, usando de seu poder para inviabilizar investigações contra si próprio, o que configuraria crime de responsabilidade. "O Supremo Tribunal Federal é importantíssimo, por isso precisamos cuidar para que seus membros não exorbitem no exercício do poder", escreveu Janaina.

Na quinta-feira, dia 1º, o STF também determinou que demarcações de terras indígenas são atribuição da Fundação Nacional do Índio (Funai), e não do Ministério da Agricultura, como queria Bolsonaro. Além disso, o ministro Luís Roberto Barroso deu ao presidente da República um prazo de 15 dias para que ele conte o que sabe sobre o sequestro e o assassinato de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Organização dos Advogados do Brasil (OAB).

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