O NE não quer esmola nem assistencialismo, diz Jungmann
O ex-ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que os atritos entre Bolsonaro e os governadores do Nordeste precisam ser "equacionados, resolvidos e superados"
Durante conversa com a reportagem do LeiaJa.com, o ex-ministro da Segurança Pública do ex-presidente Michel Temer (MDB), Raul Jungmann, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) precisa focar sua atenção em questões de Estado.
Segundo Jungmann, Bolsonaro gasta energias com questões menores. “Eu acho que o presidente melhor faria se focasse sua atenção, suas falas, em questões de Estado, em questões realmente importantes e de prioridades. Eu acho que ele vem, infelizmente, gastando muitas energias em questões que são menores e que, inclusive, não deveriam estar dentro da agenda e preocupações governamentais”, destacou.
O pernambucano, que também falou sobre a situação da segurança pública no Rio de Janeiro, mencionou a relação do Governo Federal com os estados do Nordeste. De acordo com Jungmann, essas problemáticas precisam ser superadas.
“Eu espero, de fato, que essa situação que hoje opõe o presidente da República aos governadores seja equacionada, resolvida e superada. Afinal de contas, os governadores do Nordeste foram eleitos assim como foi eleito o presidente da República. Eles representam cada um os seus estados”, pontuou.
Atrelado a este argumento, Jungmann também ponderou que a região deveria receber uma atenção especial. “O Nordeste faz parte efetivamente do Brasil e eu não acredito que uma política a ser desenvolvida pela União possa discriminar estados ou mesmo uma região, que já é uma região sofrida e tem ao longo do tempo um ‘prontuário’ de discriminação outras. Pelo contrário, eu acho que o Nordeste deve receber uma atenção compatível ou superior às suas necessidades”, explicou.
O ex-ministro aproveitou para endossar apoio ao projeto de lei que criminaliza o abuso de autoridade. Segundo Jungmann, quem comete excessos precisa ser responsabilizado pelos seus atos.
Por fim, o pernambucano cobrou respeito ao Nordeste: “A região não quer esmola, não quer assistencialismo. O Nordeste quer que a União dê condições ao que nós temos aqui e, assim, possa, de fato, ser compatível com aquilo que o Nordeste requer com sua importância e com sua história”.