Espanha se dirige para a quarta eleição em quatro anos

"Foi impossível cumprir com o mandato eleitoral dos espanhóis do 28 de abril passado. Tentei por todos os meios, mas tornaram impossível", reconheceu Sánchez

ter, 17/09/2019 - 21:02
Sebastián Mariscal O rei Felipe VI recebe o líder do Unidas Podemos, Pablo Iglesias (esq), em 17 de setembro de 2019 no Palácio da Zarzuela, em Madri, no contexto das consultas para a formação de um novo governo na Espanha Sebastián Mariscal

A Espanha se encaminha para novas eleições no dia 10 de novembro depois que o atual chefe de governo, o socialista Pedro Sánchez, não conseguiu os apoios necessários para se manter no poder.

"O país se vê condenado a uma repetição eleitoral no próximo dia 10 de novembro", reconheceu Sánchez após uma infrutífera rodada de consultas do rei Felipe VI com diferentes representantes políticos.

"Foi impossível cumprir com o mandato eleitoral dos espanhóis do 28 de abril passado. Tentei por todos os meios, mas tornaram impossível", reconheceu Sánchez.

"Duas forças políticas conservadoras e uma força de esquerdas preferiram bloquear o partido do governo que as urnas pediram. Pediremos aos espanhóis que digam isso ainda mais claramente no próximo 10 de novembro", acrescentou querendo demonstrar otimismo.

No poder desde junho de 2018, o socialista ganhou as eleições de abril, mas precisava de alianças no Congresso, onde seu partido somente obteve 123 deputados de 350, muito distante da maioria absoluta (176).

"Não existe um candidato que conte com os apoios necessários para que o Congresso dos Deputados, em seu caso, lhe outorgue sua confiança", afirmou em comunicado a Casa Real, após a rodada de consultas do monarca.

Consequentemente, Felipe VI "não formula uma proposta de candidato à Presidência do Governo", acrescentou.

O bloqueio levará, assim, à dissolução do Parlamento no próximo 23 de setembro e a convocatória de eleições em 10 de novembro.

Será a quarta eleição legislativa desde 2015, quando o bipartidarismo exercido até então pelo partido socialista PSOE e pelo conservador Partido Popular (PP) foi desestabilizado pela esquerda radical do Podemos e pelo centro-liberal Cidadãos.

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