Em Abu Dhabi, Bolsonaro diz confiar 100% em Paulo Guedes
Na abertura da conferência de negócios entre os dois países, em Abu Dhabi, Bolsonaro pediu desculpas pela ausência do ministro na viagem
Diante de uma plateia de empresários brasileiros e emiráticos, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, neste domingo (27), que a confiança entre ele e o ministro da Economia, Paulo Guedes, é "100%".
Na abertura da conferência de negócios entre os dois países, em Abu Dhabi, Bolsonaro pediu desculpas pela ausência do seu Posto Ipiranga, mas afirmou que o governo "não pode mais perder tempo". Segundo ele, Guedes ficou no Brasil para cuidar das reformas administrativa e tributária.
Sobre a economia brasileira, o presidente disse que "evoluímos 15 degraus na facilidade para se fazer negócios". No ranking mundial que indica os países onde o ambiente de negócios é melhor, no entanto, o resultado foi exatamente o oposto. Segundo Relatório do Doing Business, divulgado na última quinta-feira, o país saiu da 109ª posição para a 124ª posição. O material é divulgado pelo Banco Mundial.
Assim como fez na China, Bolsonaro convidou os emiráticos a participarem do leilão da cessão onerosa do pré-sal, em novembro. Também falou que o governo busca dar um novo ritmo para a economia e diminuir as burocracias nos negócios.
"Estamos recuperando a nossa confiança perante o mundo", afirmou. "Meus amigos, meus irmãos, está aqui um homem com o coração aberto estendendo a mão aos senhores pedindo que confiem em nosso País. Nós temos muito a oferecer", disse em outro momento.
Apesar das dificuldades com alguns países europeus, Bolsonaro citou o acordo entre Mercosul e a União Europeia como uma das suas conquistas da sua gestão. Também mencionou o apoio dos Estados Unidos à entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), embora o País não tenha sido incluído na última discussão de ampliação do clube e o próprio presidente reconheça que o processo de inclusão deve levar cerca de dois anos.
Em busca de investimento dos fundos árabes, o presidente Bolsonaro falou, ainda, que o Brasil é uma nação aberta para todas as raças e religiões. "Somos aproximadamente 5 milhões de árabes, uma população maior do que a de muitos países. Convivemos em perfeita harmonia" discursou.
Durante a visita, serão assinados atos de cooperação na área de defesa e comércio entre os países.
Sustentabilidade
Antes de Bolsonaro, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, defendeu aos empresários e investidores que o Brasil produz com sustentabilidade e protege as suas florestas. "Não há nenhum país que proteja suas florestas como o Brasil", disse o ministro após a crise envolvendo as queimadas na região amazônica.
Onyx afirmou que a agricultura brasileira possui baixo impacto de carbono e que o País tem em sua base uma ampla maioria de fontes de energia renovável. "Da defesa ao óleo e gás, da mineração à infraestrutura, o Brasil será o melhor parceiro para os Emirados Árabes", declarou.
O chanceler Ernesto Araújo destacou que há forte alinhamento entre Brasil e Emirados Árabes não apenas na economia. "Queremos, podemos e faremos negócios com todos os países, mas quando temos visão de mundo coincidente podemos fazer ainda mais. E esse é exatamente o caso hoje do Brasil e dos Emirados Árabes", disse.