PF cumpre mandados com base na delação de Palocci
A Operação Appius apura se a empreiteira Camargo Corrêa pagou propinas a agentes públicos. Na delação, o ex-ministro disse que o grupo pagou R$ 50 milhões para campanhas do PT de 2010
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram, na manhã nesta quinta-feira (7), a Operação Appius para investigar supostas propinas pagas pela empreiteira Camargo Corrêa a agentes públicos com o objetivo de suspender e anular a Operação Castelo de Areia. A ação apura os crimes de corrupção passiva e ativa e de lavagem e ocultação de ativos.
Uma das equipes da PF faz buscas em um escritório da rua Tabapuã, no Itaim Bibi, em São Paulo.
Agentes cumprem quatro mandados de busca e apreensão em São Paulo e Fortaleza. As ordem foram expedidas pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo.
A investigação tem como base a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma). Palocci dedicou o Termo 6 de seus 23 relatos para tratar da "Castelo de Areia!, desencadeada em 2009.
Decisão do ministro Edson Fachin que redistribuiu as investigações sobre as revelações de Palocci resume os relatos do ex-ministro dos governos Lula e Dilma. Na ocasião, os investigadores conseguiram documentos que indicavam repasses da empreiteira Camargo Correa a políticos para obtenção de contratos públicos.
O caso, no entanto, foi arquivado pelo Superior Tribunal de Justiça sob argumento de que o início do inquérito teve base em denúncia anônima.
Na delação, Palocci aponta "o pagamento indevido de R$ 50 milhões, por parte do Grupo Camargo Corrêa, às campanhas do PT no pleito do ano de 2010 e para o qual concorrera a ex-presidente Dilma Rousseff, com objetivo de obter auxílio do Governo Federal na anulação da Operação Castelo de Areia junto ao Superior Tribunal de Justiça".
Com a palavra, a Camargo Corrêa
A reportagem busca contato com a empreiteira. O espaço está aberto para manifestação.