Para garantir mandato, Bolsonaro aposta no toma lá, dá cá

“Me ofereceram o Porto de Santos e eu não vou aceitar”, revela o deputado Paulinho da Força

por Jameson Ramos seg, 27/04/2020 - 18:17
Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil

Antes de ‘se livrar’ do então ministro da Justiça Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conversou com os líderes do centrão para ter a certeza de que o seu mandato não estaria em risco - além disso, cargos foram ofertados. "Me ofereceram o porto de Santos e eu não vou aceitar, não vou para o governo uma hora dessas. O ideal agora é fazer entendimento entre Maia e Bolsonaro e garantir a governabilidade", disse o deputado Paulinho da Força (Solidariedade).

Segundo reportagem da Folha de São Paulo, além do Porto de Santos, as negociações de Bolsonaro com o centrão envolvem a ampliação da participação do grupo no Banco do Nordeste, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE), Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), entre outros.

A Folha aponta que nas últimas semanas os presidente e líderes do PP, PL, Republicanos, PSD, Solidariedade, MDB e DEM se reuniram com Bolsonaro. Essa é uma movimentação que, antes de ser presidente, Bolsonaro dizia que não iria ter no seu governo e que abominava tais atitudes do toma lá, dá cá. Agora, políticos como Roberto Jefferson, envolvido no escândalo do mensalão, estão na linha de frente da defesa do presidente.

Congressistas apontam que essa movimentação é natural, tendo em vista que a interlocução antes feita pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), foi cortada. Além das distribuições de cargos às siglas, pleitos como as emendas parlamentares também estiveram no debate.

 

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