TCU sugere que governo tenha plano de gestão de dívida
Para o relator das contas do presidente Jair Boslonaro de 2019, ministro Bruno Dantas, isso ajudaria a formular ações planejadas para retomar as rédeas do endividamento saudável
Em sessão do Tribunal de Contas da União (TCU) para julgamento das contas do presidente da República, Jair Bolsonaro, relativas ao exercício financeiro de 2019, o relator das contas, ministro Bruno Dantas, recomendou ao Poder Executivo que avalie a elaboração de um plano de gestão sobre a dívida pública, que sinalize para a sociedade e o mercado o montante estimado de endividamento.
Para ele, embora o Congresso nunca tenha aprovado um limite para a dívida pública, isso não impede o Poder Executivo de planejar e instituir um mecanismo de planejamento e previsibilidade na gestão do volume da dívida federal.
Segundo o ministro, a ação poderia ajudar na formulação de "ações planejadas e previsíveis para retomar as rédeas do endividamento saudável".
Ele deu como exemplo o sistema de metas de inflação, que guia a condução da política monetária pelo Banco Central. Nesse caso, a política fiscal seria direcionada conforme esse planejamento da dívida.
"A simples sinalização de que há mecanismos de controle do endividamento, e não o contrário, pode favorecer a credibilidade duramente conquistada pelo país após pesados sacrifícios incorridos ao longo dos anos 90 e 2000", disse Dantas.
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), uma ala de economistas defende a fixação de uma meta de dívida pública, combinada com um teto de gastos mais flexível, para sinalizar um compromisso crível com o ajuste fiscal nos próximos anos.
Neste ano, a dívida deve fechar próxima dos 100%, alertou Dantas, devido à necessidade do governo em elevar despesas para fazer frente às ações de combate à crise do novo coronavírus.