Para Marília, PSB deveria desistir da Prefeitura do Recife
A petista avalia que essa seria a hora do seu antigo partido agir como o PT fez em 2018, quando abriu mão de sua candidatura pela reeleição de Paulo Câmara
Antes integrante do PSB, já tendo sido eleita vereadora pelo partido, agora Marília Arraes (PT) concentra as suas forças para derrotar a sua antiga casa e se eleger prefeita da cidade do Recife, disputando contra o seu primo, João Campos, dentre outros - até então - pré-candidatos. No entanto, a petista avalia que essa seria a hora do PSB abrir mão de disputar pela terceira consecutiva a eleição municipal da PCR.
Marília aponta isso porque, em 2018, mesmo várias pesquisas mostrando que ela tinha chances de derrotar o governador Paulo Câmara, o PT abriu mão da sua candidatura para encorpar a Frente Popular de Pernambuco, apoiando a reeleição de Câmara. “Se a gente não vivesse num Estado em que o PSB trabalhasse com a imposição aos seus aliados, esse seria um posicionamento bastante lógico diante de vários contextos, como em 2018, quando o PT abriu mão de uma candidatura que estava à frente nas pesquisas do candidato do PSB”, avalia a petista.
Ela complementa dizendo: “Agora, a gente está com a eleição municipal em que a nossa candidatura está melhor posicionada em todas as pesquisas. Se fosse de verdade com a Frente Popular, lógico que haveria esse debate de quem vai encabeçar a frente agora, mas não há esse debate porque o PSB trabalha com a imposição. É como se fosse algo natural se submeter a eles”.
Além disso, desde que Jair Bolsonaro (sem partido) foi eleito, trazendo vários dos seus com ele na ‘onda bolsonarista’, a esquerda tem prometido lutar contra o que classifica de “retrocesso político”, no entanto, Recife é uma referência de que a esquerda não está se unindo para lutar contra aquilo que tem falado cotidianamente.
Até então, PT, PSB e PDT (partidos de esquerda) devem lançar candidatos para disputar a Prefeitura do Recife, enquanto DEM, PRTB, PSC, Podemos e Cidadania (partidos do centro e de direita) devem vir para minar a eleição desses que não colocaram em prática a “unidade da esquerda”.
Para se ter noção, a última pesquisa do Atlas Político para a Prefeitura do Recife mostrou que Marília Arraes (PT) lidera com 21% das intenções de voto, seguida por Mendonça Filho (DEM), com 12%, e Daniel Coelho, com 11%. João Campos e Patrícia Domingos registraram 8%. Ou seja, se isso se confirmar nas próximas pesquisas, a esquerda estará “enfraquecida” para disputar a PCR e a sua luta para derrotar a “onda bolsonarista” pode ser perdida.
No entanto, Marília se diz confiante com os resultados das pesquisas, mesmo achando cedo para se apegar aos números. “É um indicativo de que o Recife está querendo um projeto diferente. Mas não vou me balizar por pesquisas. A gente precisa olhar para frente, debater o Recife e as urnas é que vão dizer o resultado da vontade popular”, disse.
Em entrevista ao LeiaJá, a petista falou que a situação pandêmica do mundo está fazendo com que ela se reinvente para a candidatura. “Estamos nos reinventando. Eu, que sempre fui muito acostumada a fazer as campanhas no corpo a corpo, tendo disputado quatro eleições, principalmente a de vereadora, que é uma eleição de muita proximidade, é muito difícil fazer uma campanha sem apertar as mãos, sem abraçar e sem mostrar o rosto”, confessa.
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