Após Jovem Pan, Grupo Record também demite Constantino
Nas redes sociais, o jornalista disse que a emissora “não aguentou a pressão” e que ela “pediu arrego”
A Record TV Comunicação anunciou, nesta quinta-feira (5), por meio das redes sociais, que dispensou o jornalista Rodrigo Constantino de suas funções no portal R7 e na Record News. Ele escrevia para o portal e tinha espaço de comentarista na rede televisiva.
A decisão é uma consequência das declarações polêmicas de Constantino sobre o caso da jovem Mariana Ferrer, de 23 anos, que alega ter sido dopada e violentada por um empresário, em um beach club conceituado de Florianópolis, em 2018. O comentarista já havia sido desligado da Jovem Pan.
Em uma transmissão ao vivo, Constantino afirmou que, se sua filha sofresse um abuso em condições semelhantes às de Mariana, ele não denunciaria o homem e a deixaria de castigo, pois, segundo ele, é preciso reconhecer que “tem mulher que não é decente”.
A declaração repercutiu por horas nos trends brasileiros e foi acusada de misógina por internautas e até mesmo por outros jornalistas.
Em nota ao público, a Record TV esclareceu que “a decisão foi tomada em virtude das posições que o profissional assumiu publicamente sobre violência contra a mulher, em canais que não têm nenhuma vinculação com nossas plataformas”, e que “justiça não se faz acusando ou culpando aqueles que foram vítimas de um crime”.
No Twitter, Constantino reagiu ao novo desligamento. Ele disse que sua fala foi deturpada, e que está sendo vítima de uma movimentação “fascista”. Também acusa a Record de ceder ao “discurso militante” para fugir de uma possível polêmica.
“A Record foi mais um veículo que não aguentou a pressão. O departamento comercial pede "arrego", pois recebe pressão de fora, dos chacais e hienas organizados, dos "gigantes adormedidos". Sim, perdi mais um espaço, mas sigo com minha total independência e com minha integridade”, acrescentou o jornalista.