Obama compara Bolsonaro a Donald Trump

Ex-presidente dos Estados Unidos deu entrevista ao programa “Conversa com Bial”

ter, 17/11/2020 - 11:08
Reprodução/TV Globo Democrata disse que é possível que uma mulher seja eleita em seu país nas próximas eleições. Reprodução/TV Globo

Em entrevista veiculada pelo "Programa do Bial", na noite da última segunda-feira (16), o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama comparou as políticas de Jair Bolsonaro às do atual presidente norte-americano Donald Trump. O democrata reiterou que Joe Biden, o presidente eleito de seu país, tomará posição de liderança diante as questões climáticas e que espera que o presidente brasileiro faça o mesmo.

“O Brasil foi um líder no passado, seria uma pena se parasse de ser. Minha esperança é que, com a nova administração de Biden, há uma oportunidade de redefinir essa relação. Sei que ele vai enfatizar que a mudança climática é real, que Estados Unidos e Brasil têm um papel de liderança a desempenhar”, afirmou.

Obama também destacou o desprezo de Bolsonaro pelas orientações dadas pela ciência diante da pandemia da Covid-19. “Eu não conheço o presidente do Brasil. Eu já tinha saído quando ele assumiu o cargo. Então não quero dar uma opinião sobre alguém que não conheci. Posso dizer que, com base no que vi, as políticas dele, assim como as do Donald Trump, parecem ter minimizado a ciência da mudança climática. Isso teve consequências para eles”, comentou.

O democrata ainda elogiou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lembrando que ele ampliou a classe média brasileira e disse que não sabia de seu envolvimento em investigações policiais. "Com os relatos de corrupção que surgiram, na época eu não sabia de todos eles. Acho que o dom que o Lula tinha de se conectar com o povo brasileiro e o progresso econômico que aconteceu quando ele tirou as pessoas da pobreza são coisas que não podem ser negadas”, acrescentou.

Para Obama, grandes líderes como o ex-presidente brasileiro, o russo Vladimir Putin e a chanceler alemã Angela Merkel acabam refletindo as contradições e tensões de seus países. “Entender qualquer um deles, é importante entender a história deles, o contexto no qual operam, as restrições políticas com as quais precisam lidar. Muitas vezes não reservamos um tempo para nos entender além das fronteiras nacionais. Esses desentendimentos podem gerar conflitos e guerras", completou.

Uma mulher na Casa Branca

Para Obama, é possível que, nas próximas eleições, os norte-americanos escolham uma mulher para ocupar o posto de presidente dos Estados Unidos. “O trabalho de empoderar as mulheres é contínuo. Foi interessante, como presidente, observar que os países que oprimem as mulheres, que não usam os talentos das mulheres, tendem a ser os países que não se desenvolvem economicamente e que têm outros problemas. Espero que Kamala Harris seja apenas o início de um processo no qual cada vez mais mulheres no mundo sejam vistas como líderes nos níveis mais altos”, comentou.

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