Ministro insinua que sofre perseguição religiosa do STF
“A Bíblia diz que chegaria um momento em que as pessoas confundiriam o certo e o errado. O inquérito que eu enfrento no STF tem a ver com isso”, afirmou Milton Ribeiro, da pasta de Educação
Em um culto realizado no último domingo (24), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, insinuou que é vítima de perseguição da Justiça. O reverendo, como é chamado pelos frequentadores da Igreja Jardim de Oração, em Santos (SP), responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por crime de homofobia. Em setembro de 2020, o ministro associou a "homossexualidade" a "famílias desajustadas".
“A Bíblia diz que chegaria um momento em que as pessoas confundiriam o certo e o errado. O inquérito que eu enfrento no STF tem a ver com isso, com algo que Jesus não teve receio de dizer que não é o caminho certo”, comentou Ribeiro.
O ministro disse ainda que estava “tranquilo” com o processo de investigação. “Meu coração está tranquilo porque não fui chamado no STF para responder por desvio de dinheiro ou corrupção, mas por que eu disse o que a Bíblia diz”, acrescentou.
Durante a ida a Santos, o ministro visitou uma escola que teve aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). No último domingo, aliás, o exame registrou a maior taxa de abstenção de sua história, com ausência de mais de 55% dos candidatos. Mais tarde, em uma escola da capital paulista, Ribeiro atribuiu as faltas à canjuntura de pandemia da covid-19.