Ministros do STF reagem às comemorações do golpe militar
O ministro Gilmar Mendes disse que 'é momento de exaltar o valor da nossa democracia' e não a ditadura militar
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) usaram o Twitter, nesta quarta-feira (31), para reagir às manifestações de comemoração aos 57 anos do início da ditadura militar no Brasil. O assunto está entre os mais comentados das redes sociais e foi tema, inclusive, de fala de autoridades brasileiras como o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB).
Para o ministro Gilmar Mendes, não há o que exaltar de um golpe que culminou em anos de violência.
“O dia 31/03 não comporta a exaltação de um golpe que lançou o país em anos de uma ditadura violenta e autoritária. Ao contrário: é momento de exaltar o valor da nossa democracia conquistada com suor e sangue. Viva o Estado de Direito”, escreveu Mendes acompanhado de ‘#DitaduraNaoSeComemora’.
Novas Gerações
Também ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso também falou sobre o assunto e deixou um recado para “as novas gerações”, as quais ele acredita que são as únicas que podem negar a ditadura.
“PARA AS NOVAS GERAÇÕES: Só pode sustentar que não houve ditadura no Brasil quem nunca viu um adversário do regime que tenha sido torturado, um professor que tenha sido cassado ou um jornalista censurado. Tortura, cassações e censura são coisas de ditaduras, não de democracias”, listou o magistrado.
Segundo Barroso, na época, “os jornais eram publicados com páginas em branco ou poemas. Os compositores tinham que submeter previamente suas músicas ao departamento de censura. A novela Roque Santeiro foi proibida e o Ballet Bolshoi não pôde se apresentar no Brasil porque era propaganda comunista”.
Além disso, o presidente do TSE esclareceu que durante o regime militar “as regras eleitorais eram manipuladas”. “Ditaduras vêm com intolerância, violência contra os adversários e falta de liberdade. Apesar da crise dos últimos anos, o período democrático trouxe muito mais progresso social que a ditadura, com o maior aumento de IDH da América Latina”, argumentou.