Calheiros diz não ser 'recomendável' encontrar Bolsonaro

Relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou não ser apropriado encontrar presidente da República neste momento

por Kauana Portugal seg, 03/05/2021 - 11:30
Edilson Rodrigues/Agência Senado Edilson Rodrigues/Agência Senado

Apesar de declarar estar aberto ao diálogo com o governo, o relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), disse que até agora não foi procurado pelo Planalto e que, neste momento, não seria apropriado encontrar o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

A fala do emedebista acontece após uma sequência de ligações de Bolsonaro ao governador de Alagoas, Renan Filho, e do encontro do chefe do Executivo nacional com o ex-presidente José Sarney. “Da mesma forma que não é recomendável eu me encontrar com o ex-presidente Lula, também não é recomendável um encontro com o presidente Bolsonaro. Como relator, tenho que manter a isenção”, afirmou ao jornalista Nilson Klava da Globonews.

Apesar de destacar a disponibilidade em manter um canal de comunicação aberto com o governo, Renan ainda afirmou que não conversaria com Onyx Lorenzoni, ministro da Secretaria-Geral da Presidência. "Recebo com prazer qualquer interlocutor do governo, menos Onyx Lorenzoni", disse. O ministro disputa com Luiz Eduardo Ramos, titular da Casa Civil, a liderança da coordenação do governo na Comissão Parlamentar de Inquérito.

Ainda segundo Renan Calheiros, o ministro da Justiça, Anderson Torres, deve ser convocado para explicar a fala interpretada como uma ameaça indireta aos trabalhos da comissão. "O jogo deles (do governo) é levar as investigações para os estados. O ministro da Justiça está se autoconvocando, porque quer usar a PF como polícia política", afirmou o relator.

O que disse Anderson Torres, ministro da Justiça

Neste final de semana, integrantes da CPI da Pandemia decidiram apresentar requerimento para convocar o ministro da Justiça, Anderson Torres, para explicar a fala vista como ameaça indireta aos trabalhos da comissão.

Durante entrevista à revista “Veja”, Torres defendeu uma CPI ampla, afirmou que é preciso “seguir o dinheiro” e que vai requisitar, pessoalmente, à Polícia Federal informações sobre os inquéritos que envolvem governadores em desvios de recursos da saúde.

 

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