Bolsonaro defende Dra. Nise após fritura na CPI da Covid

O depoimento da oncologista defensora da imunidade de rebanho levantou mais uma hipótese de comando paralelo no Ministério da Saúde

qua, 02/06/2021 - 08:12
Jefferson Rudy/Agência Senado A oncologista e imunologista Nise Yamaguchi na CPI da Covid-19 Jefferson Rudy/Agência Senado

Após a polêmica participação da oncologista Nise Yamaguchi na CPI da Covid-19, nessa quarta-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa da médica considerada uma das principais defensoras da cloroquina no tratamento de pacientes da doença no Brasil. Em seu depoimento, ela negou a intenção de mudar a bula do remédio e afirmou que Bolsonaro foi quem indicou o tratamento precoce.

Pressionada pelo médico e senador Otto Alencar (PSD-BA), Yamaguchi sequer soube diferenciar um vírus de um protozoário, nem apresentou provas do seu suposto estudo sobre o tratamento precoce. No Twitter, Bolsonaro questionou a postura firme do Senado, o qual foi chamado de "verdadeiro tribunal de exceção".

"É inadmissível que profissionais de saúde sejam tratados de forma tão covarde!", escreveu o presidente após a participação de Yamaguchi, que evidenciou a proximidade com o Governo Federal e levantou uma nova hipótese de comando paralelo no Ministério da Saúde.

Como de costume, após governistas e aliados serem fritados na CPI, Bolsonaro adota a estratégia de minimizar os danos causados pela descoordenação federal no combate à pandemia, que já matou mais de 465 mil brasileiros, e apressa a participação de governadores na investigação. O Senado já sinalizou que os gestores serão convocados para responder sobre a suspeita de desvios de recursos destinados às demandas da pandemia.

"É preciso respeitar a autoridade e a autonomia médica. Médicos devem ter liberdade para salvar vidas e isso vem sendo ameaçado por um grupo político que atua visando somente atacar o Governo enquanto nega investigar desvios de recursos para o combate à pandemia", reiterou Bolsonaro. 

Publicidade negacionista

Durante o avanço da pandemia que acometeu mais de 16 milhões brasileiros, embora não tenha especialização em Infectologia, a médica fez propaganda pela substância ineficaz e sugeriu o fim das medidas de isolamento para atingir a imunidade de rebanho entre a população.

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