'Covarde', diz filho de Bruno Covas sobre Bolsonaro

Tomás Covas, de 15 anos, resolveu se pronunciar após o presidente desferir ataques ao seu pai nessa segunda-feira. Bruno Covas faleceu em maio

ter, 03/08/2021 - 10:48
Reprodução/Instagram Bruno Covas, já debilitado pelo tratamento contra o câncer e seu filho Reprodução/Instagram

O filho do ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB-SP), Tomás Covas, de 15 anos, respondeu aos ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra seu pai. Bruno morreu em maio deste ano, em decorrência de um câncer.

Tomás classificou como “covarde” a declaração feita pelo chefe do Executivo nessa segunda-feira (2) aos apoiadores na entrada do Palácio do Planalto, em Brasília (DF). “O outro, que morreu, fecha São Paulo e vai assistir a Palmeiras e Santos no Maracanã”, disse o presidente, referindo-se a Covas, que em janeiro foi ao Rio de Janeiro (RJ) acompanhado de seu único filho para assistir à final da Libertadores.

"Lamento a fala dita hoje pelo incompetente e negacionista presidente Bolsonaro. Em uma fala covarde hoje durante a tarde, ele atacou quem não está mais aqui conosco, não dando o direito de resposta ao meu pai. Além disso, cumprimos com todos os protocolos no estádio do Maracanã, utilizando a máscara e sentando apenas nas cadeiras permitidas", afirmou Tomás em mensagem ao jornal Folha de São Paulo.

"Uma tristeza as agressões vazias do presidente contra meu pai. Não é certo atacar quem não está mais aqui para se defender. Meu pai sempre foi um homem sério e fez questão de me levar ao Maracanã no fim da sua vida para curtirmos seus últimos momentos juntos. Isso é amor! Bolsonaro nunca entenderá esse sentimento", continuou.

Na época do jogo, o então prefeito de São Paulo foi duramente criticado por adversários políticos e chegou a postar em seu Instagram uma explicação.

"Depois de 24 sessões de radioterapia meus médicos me recomendaram 10 dias de licença para recuperar as energias. Isso foi até a última quinta (28/01). Resolvi tirar mais 3 dias de licença não remunerada para aproveitar uns dias com meu filho. Fomos ver a final da libertadores da América no Maracanã, um sonho nosso. Respeitamos todas as normas de segurança determinadas pelas autoridades sanitárias do RJ. Mas a lacração da Internet resolveu pegar pesado. Depois de tantas incertezas sobre a vida, a felicidade de levar o filho ao estádio tomou uma proporção diferente para mim. Ir ao jogo é direito meu. É usufruir de um pequeno prazer da vida. Mas a hipocrisia generalizada que virou nossa sociedade resolveu me julgar como se eu tivesse feito algo ilegal. Todos dentro do estádio poderiam estar lá. Menos eu. Quando decidi ir ao jogo tinha ciência que sofreria críticas. Mas se esse é o preço a pagar para passar algumas horas inesquecíveis com meu filho, pago com a consciência tranquila", esclareceu ele.

COMENTÁRIOS dos leitores