"Não acredito em Guerra Civil", diz Bolsonaro sobre dia 7
O presidente repassou a agenda de compromissos para o dia das manifestações de 7 de setembro e desafiou políticos a participarem dos atos
Após incentivar a população a se aglomerar em atos políticos espalhados pelo país no próximo dia 7 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou a participação nas manifestações em Brasília e São Paulo. Nesta quinta-feira (26), o mandatário defendeu que a movimentação não representa pressão por uma guerra civil.
Em entrevista à Rádio Jornal, Bolsonaro disse que espera por atos extremamente pacíficos e que o objetivo da mobilização em meio à pandemia seria por garantias constitucionais.
"Não acredito em Guerra Civil, não provocamos e nem queremos isso daí. Nós lutamos por liberdade de imprensa. Nós lutamos para o cumprimento de todos os artigos previstos na nossa Constituição", afirmou.
Embora se mostre sensível à imprensa, 87 ataques do gestor a profissionais da informação foram registrados no primeiro semestre deste ano. O levantamento da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) aponta a disparada de 74% em relação ao mesmo período do ano passado.
Desafio aos políticos
Ainda sobre a manifestação do dia 7, acrescentou que se trata de “um movimento popular”, e que “nós devemos entender como normal".
A mobilização conservadora é representada como mais um ponto de tensão na crise institucional entre os Poderes. Com os manifestantes ao seu lado, o presidente desafiou representantes do Legislativo e do Executivo.
"Seria bom que os políticos de todo o Brasil compareçam a esses movimentos e usem a palavra para tranquilizar, para mostrar o que ele tá fazendo e o que pode fazer pela população", sugeriu.
Compromissos do dia 7
Bolsonaro também deu detalhes sobre sua agenda no dia da movimentação. Às 8h, ele vai participar da solenidade de hasteamento da bandeira, em Brasília. Depois vai atender rapidamente apoiadores na Esplanada e viaja para São Paulo, onde se comprometeu a fazer um pronunciamento por volta das 15h30 no evento na Avenida Paulista.
Após amenizar os indicativos de uma eventual ruptura institucional, o presidente deixou em aberto sua participação nas eleições de 2022. Depois de reiterar sua opinião sobre a fragilidade do voto no sistema eleitoral, ele disse que não sabe se vai disputar a reeleição.
Bolsonaro lembrou que sequer conseguiu um partido e complementou: "não vou dizer que vou disputar a reeleição, até lá tudo pode acontecer".