Bolsonaro quer ir para evento da ONU sem se vacinar
Governo brasileiro negocia participação do presidente com a organização e também com o governo de Nova Iorque, que sediará cúpula
Isolado dentro do seu grupo etário, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de 66 anos, ainda não se vacinou contra a Covid-19. Por esta razão, o governo brasileiro tem negociado com a cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) e com a prefeitura de Nova Iorque um acordo que permita a participação do mandatário na 76ª Assembleia-Geral da ONU, na próxima semana, sem estar imunizado.
Bolsonaro já pode se vacinar desde 3 de abril de 2021, há quase seis meses. Na sua faixa etária (65 a 69 anos), apenas 4% não tomaram nenhuma das doses, grupo do qual o presidente faz parte.
Na terça-feira (14), o presidente da Assembleia Geral, Abdullah Shahid, comunicou a diplomatas do mundo todo que a administração de Nova York pretende exigir comprovante de vacinação contra o novo coronavírus para liberar a entrada no plenário onde acontecerá o evento.
Com o discurso de que quer ser o “último” brasileiro a se vacinar, o líder brasileiro tenta negociar uma brecha. Uma das sugestões colocadas na mesa seria Bolsonaro apresentar um teste RT-PCR feito dias antes da Assembleia-Geral para comprovar que não está infectado pela Covid-19, segundo informações cedidas à coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.
Até agora, a ONU sinalizou positivamente. À agência Reuters, o secretário-geral da organização, Antônio Guterres, disse nessa quarta-feira (15) não poder exigir a vacina de chefes de Estado. Também lembrou que o edifício da instituição é considerado território internacional.
A administração municipal de Nova Iorque, porém, resiste. Na quarta, a prefeitura reafirmou que chefes de Estado e de governo e suas comitivas deverão apresentar comprovante de vacinação para entrar na ONU. O município também só permite pessoas vacinadas entrarem em restaurantes na cidade.