Deputado bolsonarista é cassado por propagar fake news

Fernando Destito Francischini (PSL-PR) teve seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

qui, 28/10/2021 - 13:42

O deputado estadual do Paraná Fernando Destito Francischini (PSL-PR), teve seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por propagar fake news sobre possíveis fraudes nas urnas eletrônicas e no sistema eletrônico de votação nas eleições de 2018. Ele falou durante uma live feita à época, que as irregularidades visavam impedir a eleição do agora presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Após julgamento no TSE, a maioria dos ministros votou pela cassação e inelegibilidade do parlamentar.

O ministro Luís Felipe Salomão, corregedor da Justiça Eleitoral, avaliou que a conduta do deputado atentou contra o sistema eleitoral brasleiro e levaram ao erro "milhões de eleitores". Votaram com ele os ministros Mauro Campbell Marques, Sérgio Banhos, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. Apenas o ministro Carlos Horbach discordou da cassação.

Fernando Destito Francischini foi investigado por uso indevido dos meios de comunicação e por abuso de autoridade pela realização de uma live, durante o primeiro turno das Eleições Gerais de 2018, na qual afirmou, sem provas, que as urnas eletrônicas estavam fraudadas para impedir a eleição de Jair Bolsonaro à presidência da República. “Agora é real, eu estou com toda a documentação da Justiça Eleitoral. Em primeira mão, urnas ou são adulteradas ou fraudadas, a gente tá [sic] trazendo essa denúncia gravíssima antes do final da votação", disse na ocasião.

Francischini  já havia sido absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná que alegou não haver prova de que a live teria tido o alcance necessário para influenciar o resultado do pleito, mas o Ministério Público Eleitoral recorreu ao TSE pedindo a cassação do deputado por abuso de poder de autoridade e uso indevido de meio de comunicação. Esta é a primeira condenação por fake news na Corte eleitoral.

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Após a sentença, Francischini publicou um vídeo em seu perfil no Facebook alegando estar “lutando pelas liberdades individuais”. A postagem afirma que o deputado foi procurado, no dia da votação, em 2018, “por dez eleitores que relatavam fraudes nas urnas eletrônicas” e que apenas “reproduziu as denúncias”. Em um vídeo, ele diz: “Dia triste. Eu lamento demais essa decisão que afeta os mandatos conquistados pela vontade do eleitor. Nós vamos recorrer e reverter essa decisão no STF”. 

 

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