Gilmar alfineta eventual entrada de Deltan na política
O ex-coordenador da Lava Jato anunciou o fim da carreira no MPF. Ele foi um dos envolvidos na troca de mensagens com o ex-juiz Sergio Moro para condenar o ex-presidente Lula
A confirmação de que vai deixar o Ministério Público Federal (MPF) feita pelo próprio Deltan Dallagnol, nessa quinta-feira (4), deu indícios do ingresso do agora ex-procurador na carreira política. Em uma publicação em tom intuitivo, nesta sexta-feira (5), mesmo sem citar nomes, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, alfinetou a eventual candidatura do ex-líder da Operação Lava Jato.
O ministro do STF não poupou críticas ao que entende como uma 'receita pronta' para se aproveitar da persecução penal como estratégia política. "Demonizou-se o poder para apoderar-se dele", afirmou Mendes.
Líderes da Lava Jato na política
Junto com o ex-juiz Sergio Moro e outros procuradores, o coordenador da Lava Jato caiu no escândalo de troca de mensagens para pavimentar a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas conversas publicadas pela ‘Vaza Jato’, o magistrado coordena as atividades do MPF.
Nesse caso, quem deveria ter por obrigação a imparcialidade no julgamento, uniu-se a acusação na busca de provas condenatórias.
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Em setembro do ano passado, Deltan saiu da força-tarefa. Na ocasião, informou que sua remoção foi causada por questões de saúde familiar. O ex-coordenador da Lava Jato abandonou 18 anos no MPF e disse que pretende ajudar o combate à corrupção de outra forma.
Após sentenciar o principal adversário político do então candidato Jair Bolsonaro, Moro assumiu o Ministério da Justiça do seu governo, mas abandonou a pasta por falta de autonomia nas investigações da Polícia Federal. Em 2021, ele voltou ao centro do debate político por se filiar ao Podemos para representar partido na disputa à Presidência do próximo ano.