Moro se filia ao Podemos e pede a confiança do povo

No evento desta quarta (10), o ex-juiz federal se mostrou frustrado com período no Ministério da Justiça e também rebateu as críticas à sua voz

qua, 10/11/2021 - 11:32
Reprodução/YouTube Moro confessou nervosismo em seu primeiro discurso político Reprodução/YouTube

O ex-juiz Sergio Moro confirmou participação nas eleições em evento de filiação ao Podemos, na manhã desta quarta-feira (10). Embora tenha dito que não entraria na política, o ex-ministro da Justiça do Governo Bolsonaro deixou de lado o desinteresse e se mostrou disposto a evitar a reeleição do presidente que lhe levou ao primeiro escalão do Executivo.

Criticado por assumir a pasta após sentenciar o principal adversário do então candidato Jair Bolsonaro na Operação Lava Jato, Moro disse que aceitou o convite na 'esperança por dias melhores', mas teve o trabalho contra a corrupção boicotado pelo chefe quando percebeu que não tinha liberdade para investigar “quem quer que seja".

"Quando aceitei, não fiz por poder ou prestígio. Queria combater a corrupção, mas para isso precisava do apoio do Governo e esse apoio foi negado", afirmou.

Em seu pedido de demissão, Moro comentou sobre a proteção de Bolsonaro aos filhos e se irritou pela recusa do Governo ao seu escolhido para assumir a direção da Polícia Federal. "Não existe nenhum cargo que valha a alma de uma pessoa", apontou.

Falta de eloquência

Diante da plateia de empresários e políticos, que incluiu um dos companheiros enquanto representante do governo Bolsonaro e aspirante à chapa, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, Moro confessou nervosismo e comentou sobre as críticas à sua voz e falta de eloquência.

"Se eventualmente não sou a melhor pessoa para discursar, posso assegurar que sou alguém em que vocês podem confiar", garantiu o ex-magistrado.

"O Brasil não precisa de líderes que tenham a voz bonita, precisa de líderes que ouçam a voz do povo brasileiro", rebateu no discurso.

Atacado quando vazaram as conversas com procuradores do Ministério Público Federal (MPF) para ambientar a condenação do ex-presidente Lula (PT), o ex-magistrado deixou o Brasil e foi buscar emprego nos Estados Unidos, período que classificou como uma reflexão longe dos holofotes.

 

COMENTÁRIOS dos leitores