Presidente do Novo em Joinville defende bebida ao volante

'Dirigir bêbado também não causa mal a ninguém', escreveu Kahlil Zattar, em suas redes sociais

sab, 13/11/2021 - 20:04

O presidente do Partido Novo em Joinville, Kahlil Zattar, usou suas redes sociais para defender o uso de bebidas alcoólicas no volante. Durante uma discussão no Twitter, com o professor e doutor em economia Thomas Conti, na última quinta-feira (11), ele escreveu: "dirigir bêbado também não causa mal a ninguém".

O debate começou quando Conti decidiu explicar a importância das vacinas no combate à pandemia de covid-19 através de um paralelo com um aparelho hipotético que pudesse reduzir os acidentes de trânsito. "Vamos supor que inventam um aparelho que vc instala em qualquer carro e ele reduz acidentes em 60% e mortes no trânsito em 90%, sem transtorno ao motorista. Para instalar o preço é R$20. O que você pensaria de alguém que se recusasse a instalar? Vacina é isso, mas o preço é R$ 0”, publicou o professor.

Zattar, então, comparou o ato de tomar vacinas com o de consumir alimentos na McDonalds. “Vamos supor que comer McDonalds todo dia aumente o risco de infarto durante a vida de uma pessoa em 50% e represente 10.000 mortes prematuras ao ano, gerando custos ao SUS e consequentemente à população. Imagino que o @ThomasVConti vá querer controlar o consumo de McDonalds”, respondeu.

Conti, então, acrescenta que “comer McDonalds é uma escolha que não coloca em risco a vida de terceiros como uma doença contagiosa ou dirigir bêbado. Não está nem na mesma classe de problema que estes outros”. Zattar dispara: “dirigir bêbado também não causa mal a ninguém. A pessoa assume um risco de causar mal e, caso cause mal a alguém, deve ter sua pena agravada. O simples fato de assumir um risco, sem causar dano a terceiros, não é motivo para nenhum tipo de sanção. Liberdade com responsabilidade.”

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O artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) proíbe a condução de “veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência”. As penas para o desobedecimento da norma são detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir.

Questionado pelo jornal O Município de Joinville, Zattar alegou que a questão discutida era teórica e debatia os limites da atuação do estado. "É uma discussão muito antiga e ao mesmo tempo muito atual na filosofia, que está sendo discutida, por exemplo, na exigência de passaporte de vacinação para entrar em determinados ambientes. É uma discussão longa, com múltiplas visões, que podemos conversar com maior profundidade em outra oportunidade”, declarou Zattar, por meio de nota.

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