Heleno orientava radicais a atacarem STF, diz Sara Winter
Ativista do grupo 300 do Brasil afirmou que o general pediu para os extremistas focarem seus esforços nos ministros do Supremo Tribunal Federal
A ativista Sara Winter, conhecida por liderar o movimento '300 do Brasil', fez declarações reveladoras sobre o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Demonstrando insatisfação com o chefe do Executivo, Winter rasgou o verbo ao contar detalhes polêmicos envolvendo diversos aliados de Bolsonaro. Um deles é sobre o general Augusto Heleno.
Em entrevista à IstoÉ, ela garantiu que o ministro-chefe do Gabinete de Segurança orientava os radicais da extrema-direita a atacarem os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Para a revista, a ex-apoiadora de Bolsonaro, disse que Heleno pediu para que todos os esforços fossem focados no Su. "Ele pediu para deixar de bater na imprensa e no Maia e redirecionar todos os esforços contra o STF", explicou.
'300 do Brasil'
Quando o 'Acampamento dos 300' ganhou forma, em 2020, Sara Winter ganhou notoriedade por sua participação enérgica na manifestação. Ela afirmou que, além de Augusto Heleno, deputados como Daniel Silveira (PTB-RJ), Carla Zambelli (PSL-SP), Sargento Fahur (PSL-PR) e Bia Kicis (PSL-DF) tiveram uma grande influência na organização. Sem citar o verdadeiro idealizador do movimento, Sara assegurou que tudo não passou de uma 'histeria coletiva'.
Revoltada com o rumo que tomou a ação, Sara destacou seu arrependimento de ter apoiado Jair Bolsonaro: "Não tem mais como defender Bolsonaro. Mas se ele pedir para os bolsonaristas comerem merd*, as pessoas vão comer". Ela disse também que alguns temas são podem ser tocados entre as pessoas ligadas ao presidente da República. "Rachadinhas e milícias são tipos de assuntos proibidos", revelou, alegando que tudo não passa de censura instalada pelo próprio grupo.
Por ter sido um nome forte à frente de todo o movimento, Sara Winter teme por sua segurança. A militante deixou clarou que não se sente protegida morando no Brasil: "Tenho medo da esquerda, medo de um fanático e medo do governo. Em janeiro eu anunciei que eu ia contar tudo que eu sabia sobre o bolsonarismo. O Planalto surtou e fez uma reunião ministerial. A Damares foi chamada. Eu não sabia que eles tinham tanto medo do que eu possa tornar público". De acordo com Sara, sua ideia é de um dia morar com o filho no México.