'Onde há SUS, há Brasil', diz Queiroga ao ser premiado

Ministro da Saúde foi homenageado em solenidade de 35 anos da Fundação Altino Ventura no Recife, na qual ganhou o prêmio 'Visão Social'

por Vitória Silva ter, 18/01/2022 - 18:01

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, visitou, na tarde desta terça-feira (18), a nova sede da Fundação Altino Ventura (FAV), no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, para celebrar os 35 anos da instituição junto aos fundadores, médicos e pacientes. Cumprindo agenda oficial, o chefe da pasta federal foi também o homenageado do dia, tendo recebido o Prêmio Fundação Altino Ventura de Visão Social. À ocasião, o médico também prometeu que irá viabilizar, através do Governo Federal, os recursos de investimento no centro oftalmológico da FAV. 

A nova unidade de atendimento da FAV, amplamente financiada pelo Sistema Único de Saúde, deverá ter capacidade de atender cerca de 70 mil pacientes por mês e realizar o total de quatro mil cirurgias no mesmo período. O feito foi comemorado e elogiado por todos que compuseram a banca do evento, principalmente por Queiroga, que teceu inúmeros elogios ao SUS. 

Emocionado, Marcelo Queiroga iniciou sua fala dizendo que o prêmio lhe honra muito, “apesar de não merecê-lo”, e que se sente confortado em ter esse tipo de reconhecimento em tempos tão sanitariamente difíceis. O prêmio foi pela atuação do ministro na assistência à população com comorbidades que afetam a mobilidade e os sentidos, bem como à população de baixa renda. 

"O Sistema Único de Saúde foi criado sob a inspiração do princípio básico que norteia o Estado Democrático de Direito do Brasil, que é a dignidade humana. E essa estrutura erguida pelo princípio de acesso universal, integral, igualitário e gratuito é realidade em cada um dos 5.570 municípios do Brasil. Onde tem o SUS, tem Brasil. Então para que o desejo de vocês, de ter um centro como esse atendendo o povo de Pernambuco, Nordeste e Brasil, é necessário ter a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde. O SUS precisa aprimorar o acesso e ter eficiência na prestação do serviço”, disse o ministro. 

Queiroga foi premiado diretamente pelos fundadores da Fundação Altino Ventura, o presidente do conselho diretor, Marcelo Ventura, e a presidente do conselho curador, Liana Ventura. Ele também recebeu uma obra do fotógrafo Jorge Pinho, chamada “A  Cura” (capa). Além dos presidentes da instituição, estiveram presentes a secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque; o secretário adjunto do Ministério da Saúde, Alessandro Glauco Vasconcelos; e o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo. 

“Muitas vezes, a Fundação Altino Ventura chega a ser confundida com a oftalmologia de Pernambuco, de tão importante que é o serviço prestado. Hoje, o desafio que nós temos é o de dar vazão à grande demanda oftalmológica do Brasil e de Pernambuco”, acrescentou o chefe da pasta estadual, que também elogiou Queiroga, um antigo colega de profissão e também paraibano.    

Por fim, Queiroga foi homenageado, também, por algumas pacientes da Fundação, que estiveram acompanhadas de suas mães. Os pequenos Gabriel, Isabela e Samantha, crianças com necessidades especiais, entregaram um ramalhete de flores ao ministro. 

Repercussão sobre saúde nacional 

Após visitar o centro diagnóstico e polos cirúrgicos do complexo hospitalar, o ministro Marcelo Queiroga partiu para o Procape, no Centro da cidade. No intervalo, aproveitou para repercutir sobre a visita e algumas questões importantes associadas à gestão da pandemia. Ele também prometeu que vai viabilizar fundos para o centro oftalmológico da Fundação Altino Ventura. A administração do centro médico sugeriu um esforço tripartite para realizar a obra. O aporte necessário é estimado em R$ 20 milhões. 

"O Ministério da Saúde sempre tem apoiado a Fundação Altino Ventura não só com os recursos programáticos do ministério, mas através do esforço dos parlamentares do Estado, emendas individuais, relatoria. Um esforço em conjunto", disse. 

O especialista aproveitou para esclarecer que o Ministério ser favorável ao autoteste não significa que o insumo está em falta, mas é um esforço a mais do Governo para que a população se cuide. 

“A Saúde, só em janeiro, vai distribuir cerca de 28 milhões de testes. Já distribuímos este mês cerca de 10 milhões, e em fevereiro serão 7,8 milhões. Aliás, a dificuldade de testagem é, sobretudo, no setor primário. Interessante é que o Ministério anunciou ser favorável à venda dos autotestes nas farmácias, aí começa a narrativa de que está “faltando testes”. Os testes existem, a Fiocruz produzir estes testes é esforço do Governo Federal, que fortaleceu o complexo industrial que integra o MS, para produzir não só testes rápidos, mas os RT PCR”, elucidou Queiroga. 

Por último, perguntado sobre a vacinação infantil administrada com doses da vacina brasileira CoronaVac, disse: “a aprovação depende da Anvisa. A Anvisa aprovando, o Ministério da Saúde vai autorizar como sempre autorizou. É preciso mais dados”. 

 

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