Autor de impeachment de Dilma anuncia voto em Lula
O ex-ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, justificou o apoio ao petista como espontâneo
O ex-ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, após declarar voto em Lula (PT) no primeiro turno, justificou a decisão como uma medida para evitar reações de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em um possível segundo turno. Anteriormente, o jurista apoiava a candidata Simone Tebet (MDB).
Em entrevista ao UOL News, Miguel Reale afirmou que o voto no ex-presidente será espontâneo. "Não receio que Bolsonaro seja eleito. Tenho receio das suas reações absolutamente descontroladas. A violência política já está se apresentando, com pessoas ligadas ao Lula que foram mortas. Imagine isso no 2º turno com o desespero desse homem [Jair Bolsonaro]", justificou.
Além disso, Reale aponta que há um tom de “desespero” nas ações de campanha do atual presidente. "Bolsonaro transformou o enterro da rainha em palanque. Fez de palanque a tribuna da ONU. Então será capaz de tudo, além das ameaças contínuas de golpe, da contestação das urnas e já disse que, se não ganhar, é porque tem safadeza no TSE. Ou seja, no 2º turno as ameaças de Bolsonaro de desestabilizar o país podem se concretizar e conturbar a vida brasileira. Por isso creio que, diante da inabilidade de Simone Tebet, que é a melhor candidata, devemos impedir que haja conturbação da vida brasileira”, salienta.