2º turno feminino: Raquel e Marília disputam Governo de PE
O resultado já garantiu a primeira governadora da história do Estado
Com um só voto, o eleitor pernambucano fez história neste domingo (2) e vai eleger a primeira Governadora do Estado no segundo turno. Com 98,27% das urnas apuradas, Marília Arraes (Solidariedade) lidera com 23,83% da preferência dos eleitores e Raquel Lyra (PSDB) conseguiu espaço com 20,81% dos votos válidos. O resultado da primeira etapa do pleito também quebrou a hegemonia de 16 anos do governo do PSB em Pernambuco. A disputa direta entre as candidatas ocorre no dia 30.
Raquel Lyra chega ao segundo turno no mesmo dia em que perdeu o marido, Fernando Lucena, de 44 anos. Ele faleceu na manhã deste domingo, após um mal súbito. Fernando foi sepultado no fim da tarde, com diversas homenagens, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Abalada pela morte do companheiro, Raquel chegou a cogitar não ir votar, mas no fim do dia conseguiu exercer o direito do voto.
Naturais da juventude do PSB, as duas concorrentes deixaram a agremiação pessebista por falta de espaço nos planos prioritários internos e migraram para partidos mais à direita. Marília e Raquel representam a força da participação feminina na política do estado e também dividem a herança como herdeiras de famílias que já comandaram Pernambuco.
As campanhas
Confortável como a líder de todas as pesquisas de intenção de voto, Marília Arraes estruturou a campanha sem participar de nenhum debate com os concorrentes. Mesmo sem apoio oficial de Lula (PT), ela atraiu a imagem do petista como um dos pilares da candidatura ao lado da imagem do avô e ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes.
Enquanto a candidata do Solidariedade chega ao segundo turno sem grandes sustos, Raquel atravessou um caminho mais tortuoso na disputa voto a voto com Danilo Cabral (PSB), Anderson Ferreira (PL) e Miguel Coelho (UB). Raquel, inclusive, chegou a convidar várias vezes Marília Arraes para participar dos debates, principalmente por serem as únicas candidatas mulheres que pontuaram nas pesquisas.
Sem se vincular à imagem do pai, o ex-vice de Eduardo Campos e posteriormente governador, João Lyra Neto, a tucana pode trazer de volta um governo mais conservador ao Estado. Recém-integrada à uma direita mais moderada, Marília se mostra aberta em equilibrar os interesses do setor privado.
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