Site do governo chama impeachment de Dilma de 'golpe'

Alteração está prevista em nova publicação da EBC

por Vitória Silva qua, 18/01/2023 - 16:08
Ricardo Stuckert Dilma e Lula se abraçam em ato pela soberania do Brasil Ricardo Stuckert

Institucionalmente, o Governo Federal reconhece o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, como um “golpe” de Estado. A mudança de tratamento diante do processo é vista na comunicação do site oficial do governo, através da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). No texto de apresentação da nova presidência da empresa, o órgão afirma que seu Conselho Curador, extinto por uma Medida Provisória do ex-presidente Michel Temer (MDB), foi “cassado após o golpe de 2016.” 

“Por orientação do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, a transição será realizada por trabalhadoras e trabalhadores concursados da Empresa, representantes da sociedade e profissionais da área. Também foram indicadas para o processo de transição na EBC outras quatro mulheres que assumirão cargos de gestão: Juliana Cézar Nunes, trabalhadora concursada da EBC; Rita Freire, presidente do Conselho Curador da EBC cassado após o golpe de 2016; e as jornalistas Nicole Briones e Flávia Filipini”, diz a apresentação da EBC. 

Em outro trecho da apresentação, a EBC volta a destacar o “golpe” na apresentação do currículo da nova presidente do órgão, Kariane Costa Silva Oliveira. “Concursada da EBC desde 2012, foi jornalista da Ouvidoria, repórter do radiojornalismo, sendo setorista do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. Ao longo da trajetória na EBC, fez entrevistas exclusivas com ministros e outras autoridades políticas. Participou de coberturas de momentos marcantes do país, como as Eleições de 2014, 2016 e 2018; o golpe contra Dilma Rousseff; julgamentos no Supremo Tribunal Federal e diversas manifestações populares”, continua a publicação. 

A alteração ocorre após o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta, afirmar que seu maior desafio à frente da pasta será recuperar a Secom como “emissora da verdade” e fonte confiável de informação. O ministro também voltou a defender a regulação da mídia no país, afirmando que isso não se trata de censura. 

 

 

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