Moraes determina que PF ouça ex-ministro do GSI em até 48h

Após ser flagrado por câmeras de segurança do Planalto durante os atos golpistas de janeiro, Gonçalves Dias pediu demissão do cargo

qui, 20/04/2023 - 12:06
Marcelo Camargo/Agência Brasil Alexandre de Moraes, ministro do STF e presidente do TSE Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal ouça o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias, em até 48h. Já havia uma determinação de 10 dias em vigor, mas o encurtamento do prazo se dá após o general aparecer em filmagens no 3º andar do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

O magistrado também pediu que o ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, identifique em até 24h todos os militares e funcionários que aparecem nos vídeos auxiliando os extremistas. A decisão foi emitida nessa quarta-feira (19), mas tornada pública apenas nesta quinta-feira (20) e ocorreu horas após a confirmação da demissão de Dias do Gabinete de Segurança Institucional. A saída foi oficializada após a repercussão das gravações. As novas imagens foram divulgadas pela CNN durante a semana.

Os militares identificados devem ser ouvidos pela PF dentro do mesmo prazo, caso ainda não tenham prestado depoimento no âmbito das investigações dos atos antidemocráticos.

“[Determino que a Polícia Federal] Identifique todos os militares que aparecem da referida reportagem da imprensa e informe se os mesmos já foram ouvidos, conforme determinação do dia 27 de fevereiro de 2023. Caso não tenham sido ouvidos, os depoimentos devem ser realizados em 48 (quarenta e oito) horas”, informa a decisão.

O texto também determina que a Polícia Federal informe à Corte se as imagens exibidas nesta quarta-feira já haviam sido recolhidas pela corporação, conforme determinado por Moraes no início das investigações. Além disso, o magistrado questiona se todos os depoimentos de militares que faziam parte do Batalhão da Guarda Presidencial e que estiveram presentes no Palácio do Planalto no dia 8 já foram colhidos.

 

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