Parlamentares de PE comentam inelegilibidade de Bolsonaro
Os aliados do e-presidente falam que "querem calar as vozes" da direita e os parlamentares da situação dizem que o julgamento é uma "vitória da democracia"
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela inelegilibidade do ex-presidente Jair Bolsonaro vem repercutindo no meio político em todo e em entre os parlamentares pernambucanos o assunto tem sido amplamente comentado nesta sexta-feira (30), após o julgamento ser concluído com 5 votos a favor e 2 contra.
Na avaliação dos políticos da situação, o julgamento é uma "vitória da democracia". No entanto, para os aliados do ex-presidente, "querem calar" os eleitores do líder do PL. O deputado federal Túlio Gadêlha, fala em "vitória da democracia".
"Grande dia! Hoje #sextou com uma VITÓRIA para a democracia! Bolsonaro atacou a credibilidade das urnas com mentiras e teorias conspiratórias. Atacou as instituições democráticas e entou manipular o nosso povo. Mas a justiça mostrou, de forma técnica e bem fundamentada, que crimes têm consequências, nesse caso, a inelegibilidade! Comemoremos! Vitória da democracia!", escreveu Túlio em suas redes sociais.
A deputada estadual Dani Portela (PSOL) também o usou o termo "sextou" para celebrar a decisão do TSE. "Sextou com Bolsonaro Inelegível até 2030! #sextou #bolsonaroinelegivel".
A senadora Teresa Leitão pontuou que com o julgamento " a democracia venceu". Na opinião da petista, a decisão do TSE assegura "a defesa do processo eleitoral e do regime democrático". "O Tribunal Superior Eleitoral formou maioria para tornar o ex-presidente inelegível. A democracia vence. 30 de junho de 2023 torna-se data histórica para o Brasil, que reafirma, por meio das suas instituições, a defesa do processo eleitoral e do regime democrático. Foi reconhecido abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O julgamento nos assegura que este é um país que não permite que discursos mentirosos e distorções graves sobre o sistema eleitoral sejam usados em benefício eleitoral próprio com objetivo de nos levar ao caos e à instabilidade."
O senador Humberto Costa (PT) fez algumas publicações para falar de Jair Bolsonaro. Na primeira postagem, o petista destacou o que chamou de "atentados à democracia e à Constituição" comentidos pelo ex-presidente e disse esperar que Bolsonaro pague "por todos os crimes que cometeu".
"Depois de incontáveis atentados à democracia e à Constituição, a justiça começa a ser feita. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o voto da ministra Carmén Lúcia, forma maioria (4 X 1) para condenar Jair Bolsonaro à inelegibilidade. Ainda é muito pouco para que ele pague por todos os crimes que cometeu, inclusive contra a humanidade. Mas é um começo promissor, um sinal de que não deixaremos impunes aqueles que quiseram destruir o Estado democrático de Direito e foram responsáveis pelas mortes de tantos seres humanos, como na pandemia".
Em outra publicação, o senador petista ironizou a situação com um vídeo fazendo um homem bem semlehante fisicamente ao ex-presidente e imagens que remetem ao Plantão da Globo, que só vai ao ar para noticiar situações bem extremas. "OLHA O PLANTÃO! Bolsonaro já está inelegível pelos crimes que cometeu até 2030. Grande dia Boa sexta-feira", legenda o senador.
A deputada federal Maria Arraes (Solidariedade) também publicou um vídeo em que um homem semelhante a Bolsonaro surge pulando e aparece a deputada agarrando um papel e colocando na lata do lixo. "Bolsonaro está inelegível e na lata de lixo da história!", disse a parlamentar pernambucana.
Calar vozes
Já os apoiadores de Bolsonaro em Pernambuco saíram em defesa dele. A deputada federal Clarissa Tércio disse que a decisão deixa "57 milhões de vozes caladas", em referência ao número de votos que o ex-presidente recebeu nas últimas eleições.
"O TSE acabou de formar maioria para impedir o ex-presidente Jair bolsonaro de disputar eleições por oito anos é o primeiro ex-presidente a ficar inelegível sem nenhum acusação de corrupção são 57 milhões de vozes caladas assustador", lamentou.
Quem seguiu o discurso de Clarissa foi o deputado federal André Ferreira: "Tornar Bolsonaro inelegível foi uma tentativa de calar a voz de metade de população brasileira. O sentimento de indignação chega a travar a garganta. Mas o que nos cala hoje, nos fortalece para seguir na luta por um Brasil livre de corrupção. Vamos mostrar nossa lealdade e nossa força, mantendo vivo o projeto da Direita que começou a ser construído no governo do presidente Bolsonaro.
A mesma posição foi adotada pelo deputado estadual Joel da Harpa, que também classificou este como um "triste dia". "O TSE brasileiro tornou Bolsonaro inelegível. Ao cassar os direitos políticos do nosso capitão de maneira injusta, 57 milhões de vozes foram silenciadas. Ele é o primeiro ex-presidente a ficar inelegível sem nenhuma acusação de corrupção. Triste dia!", disse.
Já o deputado federal Coronel Meira (PL) apesar de classificar este como um dia de "luto", o parlamentar ressalta que a direita não será enfraquecida. "LUTO! está inelegível o maior LÍDER popular da história. Por 5x2, o TSE declarou Bolsonaro INELEGÍVEL. Se pensam que vão enfraquecer a DIREITA, enganam-se. Estamos mais fortes e mais motivados do que nunca. A semente plantada por Bolsonaro germinou em solo fértil. O Brasil é verde e amarelo". O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado citou a cassação do mantado do ex-deputado Deltan Dallagnol e disse estar "muito preocupado com os rumos que a democracia está tomando em nosso país".
"Eu estou muito preocupado com os rumos que a democracia está tomando em nosso país. Em apenas seis meses do atual governo já foram presas mais de 1000 pessoas incluindo idosos e crianças num campo de concentração em Brasília. Já cassaram o mandato do deputado mais votado do Paraná Deltan Dallagnol. Agora tornaram inelegível um ex-presidente da República alegando crime de opinião, algo que já foi banido a muitas décadas em todas as nações democráticas do mundo livre. Aonde vai parar isso? São fatos que me preocupar enquanto cidadão e que certamente estão preocupando toda a sociedade brasileira".
Machado ainda citou, sem contextualizar, uma fala do presidente Lula (PT) sobre a democracia. "Ontem o presidente Lula Afirmou que a democracia é relativa. Ou seja ele não dá a menor importância aos valores da liberdade democrática e da livre manifestação do pensamento que foram duramente conquistados pela sociedade brasileira depois de mais de duas décadas de um regime onde o estado de direito havia sido suprimido. São fatos que indicam um rumo muito incerto para o nosso país. Lamento tudo isso. A Democracia relativa está em festa", disse o aliado de primeira hora do ex-presidente.