Padilha: Fufuca e Silvinho ampliam interlocução na Câmara

O ministro ressaltou que tanto o PP, quanto o Republicanos já têm contribuído "fortemente" com o governo desde a votação da PEC da transição

qua, 20/09/2023 - 19:49
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), afirmou nesta quarta-feira, 20, que os novos titulares das pastas do Esporte, André Fufuca (PP), e de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), vão "reforçar o time" do governo para ampliar a interlocução com os partidos na Câmara neste segundo semestre.

"A expectativa que nós temos é que se mantenha essa participação ativa da bancada do PP da Câmara dos Deputados nas votações estratégicas do governo e um grande desempenho do ministro André Fufuca, que era líder dessa bancada, colaborando ainda mais com o governo", disse Padilha, ao chegar no Congresso para uma reunião na liderança do PP na Câmara.

O ministro, responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso, ressaltou que tanto o PP, quanto o Republicanos já têm contribuído "fortemente" com o governo desde a votação da Proposta Emenda à Constituição (PEC) da transição, que foi aprovada antes mesmo da posse de Lula e garantiu espaço no Orçamento para, entre outras medidas, ampliar o Bolsa Família. Padilha também citou o apoio das duas legendas ao arcabouço fiscal e à reforma tributária.

"O Republicanos cede agora para o governo um quadro de muita identidade com o presidente Lula, que é o ministro Silvio Costa Filho, que vai fazer um grande trabalho técnico no Ministério de Portos e Aeroportos e político, de fortalecimento da participação da bancada do Republicanos", emendou Padilha.

Na prática, contudo, a relação do governo com o Centrão, grupo político majoritário na Câmara do qual fazem parte o PP e o Republicanos, foi conturbada no primeiro semestre. Os deputados se rebelaram contra a decisão de Lula de editar decretos para mudar o marco do saneamento básico e ameaçaram derrubar a estrutura ministerial na votação de uma medida provisória.

Esse foi um dos motivos que levaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a fazer uma minirreforma ministerial para se aproximar das duas siglas, com a entrada de Fufuca e de Costa Filho na Esplanada dos Ministérios. O acordo com o Centrão foi essencial para a aprovação do projeto que retoma o voto de desempate a favor do governo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), em julho. Mas o anúncio das pastas que seriam entregues ao PP e ao Republicanos demorou mais de dois meses.

Padilha minimizou hoje o fato de o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, continuar atuando como oposição ao governo, mesmo com o partido representado na Esplanada. O ministro também evitou criticar as diretrizes aprovadas ontem pela Executiva Nacional do PP, que preveem, por exemplo, posição contrária à volta do imposto sindical, tema discutido pelo governo. "Todo partido tem seu estatuto, seus posicionamentos", desconversou Padilha.

Padilha foi à liderança do PP na Câmara hoje para fazer uma "visita de cortesia" ao novo líder do partido na Casa, Doutor Luizinho (RJ), e apresentar à bancada as prioridades do governo. De acordo com o ministro, o novo marco de garantias de crédito e a criação das debêntures de infraestrutura são "prioridade absoluta" para o Executivo. As duas propostas foram aprovadas na Câmara, sofreram mudanças no Senado e agora voltaram para nova análise dos deputados.

"São dois projetos muito importantes, que estimulam o crédito, não só do setor público, mas principalmente dos bancos privados, para girar a economia do País, para que os empresários, pequenos e médios comerciantes, as famílias possam pegar mais crédito, para que a gente possa investir em infraestrutura, logística, ampliação de seus empreendimentos, geração de mais empregos", disse o ministro da articulação política.

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