Líder do governo pede que aliados evitem perguntas
Jaques Wagner negou que estivesse censurando os aliados e disse que assim eles economizaríamos tempo
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), pediu, no início da tarde desta quarta-feira (13), durante a sabatina de Flávio Dino e Paulo Gonet indicados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), respectivamente, que os senadores da base evitassem perguntas aos dois.
Wagner foi criticado no momento e explicou o motivo: “não é uma imposição é um pedido como líder do governo, porque economizaríamos tempo”. O senador ainda negou que estivesse censurando os aliados.
No início da sessão, Wagner defendeu a aprovação das indicações de Flávio Dino e Paulo Gonet por se tratar de um "direito constitucional" do presidente da República.
Wagner disse que todas as indicações feitas pelo chefe do Executivo devem passar porque essa é uma prerrogativa do presidente, a não ser que haja uma "aberração".
"Mesmo na oposição, sempre defendi que todos os indicados deveriam ser sabatinados e acolhidos por essa Casa, a menos de uma aberração, porque esse é direito constitucional. Não vejo porque contestar a indicação de um presidente", disse.
O líder do governo no Senado ainda enalteceu a defesa que Dino fez da restrição de decisões monocráticas do Supremo Tribunal Federal.
"A mim particularmente me alegra [esse posicionamento]. Ao [Esperidião] Amin, também, que foi o relator [da PEC das decisões monocráticas]. Não vou aqui repetir o que todos já sabem. Tomei uma decisão absolutamente pessoal, sem sequer consultar o presidente, e a ele esclareci depois", afirmou Wagner, citando o seu voto a favor da PEC aprovada no Senado limitando as decisões individuais dos ministros do Supremo.
"Não acho que essa Casa ofendeu, usurpou daquilo que é próprio do STF. Esta Casa apenas repetiu o que vossa excelência [Dino] falou", defendeu Wagner.
Dino e Gonet estão sendo sabatinados pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) agora. A expectativa é que as indicações possam ser votadas ainda hoje no plenário do Senado.
*Com a redação do LeiaJá