PF encontra notebook da Abin na casa de Carlos Bolsonaro

Vereador, apontado pela PF como principal receptor de informações ilegais da 'Abin paralela', é alvo de buscas nesta segunda-feira (29)

por Vitória Silva seg, 29/01/2024 - 12:31 Atualizado em: seg, 29/01/2024 - 17:56
Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio Vereador Carlos Bolsonaro Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio

Atualização: A informação inicialmente dada de que um computador da Abin estaria entre os pertences de Carlos Bolsonaro não era correta. O equipamento foi encontrado na residência de Giancarlo Gomes Rodrigues, ex-assessor do deputado federal Alexandre Ramagem (PL) e outro alvo da operação. A mulher de Giancarlo é servidora da agência. Os autos do processo indicam que a PF suspeita que Giancarlo, por determinação de Ramagem, realizou monitoramento injustificado do advogado Roberto Bertholdo, próximo aos ex-deputados Joice Hasselmann e Rodrigo Maia. À época, Giancarlo estava cedido à Abin, operando a ferramenta First Mile, foco das investigações.

A Polícia Federal (PF) apreendeu um notebook da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em um dos endereços ligados ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no Rio de Janeiro. A apreensão ocorreu durante a operação Vigilância Aproximada, deflagrada na manhã desta segunda-feira (29) para apurar a rede criminosa que se instalou no órgão com o intuito de espionar oposicionistas do Governo Bolsonaro. Carlos seria a principal pessoa da família a receber, ilegalmente, informações da “Abin paralela”, segundo a PF. 

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro (CMRJ) informou que policiais federais estiveram no gabinete do vereador para cumprir mandado judicial de busca e apreensão, também na manhã desta segunda-feira, entre as 7h e 9h. Os agentes foram acompanhados pela segurança da Casa e por um assessor do parlamentar. 

A Polícia Federal indicou, ainda, que Carlos teria sido o idealizador do grupo paralelo, com o objetivo de se aproveitar da estrutura da Abin para monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas. Nenhum nome foi citado. Ao todo, a PF cumpriu oito mandados de busca e apreensão, cinco deles no Rio de Janeiro e os demais em Brasília, Formosa (GO) e Salvador (BA). O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, é quem assina a autorização para os mandados. 

Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão contra Carlos Bolsonaro, foram encontrados equipamentos que seriam de propriedade da Abin. Diante disso, a coordenação de comunicação social da agência informou que "iniciou imediatamente apuração sobre o caso". Quem divulgou que o equipamento se trataria de um notebook foi a colunista Daniela Lima, do g1. 

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