Google nega manipular os resultados de busca
Vários senadores dos EUA acusam a Google de preferir nas buscas a sua própria suite de serviços em relação aos concorrentes, mas o presidente do conselho da companhia, Eric Schmidt negou nessa quarta-feira, 21/8, que a empresa manipule os resultados das pesquisas.
Serviços do próprio Google parecem sempre aparecer perto do topo nos resultados das buscas orgânicas, afirma o senador republicano do Utah, Mike Lee, que apresentou um gráfico mostrando produtos Google sempre entre os três primeiros resultados da pesquisa, enquanto outros sites eram movidos para cima e para baixo nos rankings do Google. Parece que a Google tem “cozinhado” os resultados das busca, disse.
Schmidt negou as afirmações de Lee e de outros membros da subcomissão. “Posso assegurar-vos, não interferimos nos reultados”, disse. A Google está focada em fornecer os melhores resultados nas buscas, não levando negócio para os seus serviços, disse.
O gráfico de Lee parecia comparar pesquisas por produtos com pesquisas por sites de comparação de preços, disse Schmidt. “Não estou ciente de qualquer determinação ou ação no sentido de favorecer os produtos da Google", disse.
Mas o senador Al Franken, democrata do Minnesota, considerou a resposta de Schmidt a Lee, dizendo não estar ciente de qualquer desvio nas pesquisas em serviços de compras, confusa (“fuzzy”). “Se você não sabe, quem sabe?”, questionou.
As respostas de Schmidt também não pareceram confortar Lee e confirmaram os seus “receios” da pesquisa enviesada no Google, disse Lee.
O modelo de negócio de busca do Google parece ter mudado nos últimos anos após uma “loucura de aquisições” que levaram a empresa para diversos novos mercados, disse o senador Herb Kohl, democrata do Wisconsin e presidente do subcomitê.
O senador Richard Blumenthal, democrata de Connecticut, comparou o modelo inicial de negócios da Google com uma empresa que possuía uma pista de corrida, mas depois começou a ter cavalos. “Os seus cavalos parecem ganhar sempre”, declarou.
Executivos do site de consumidores Yelp e do site de comparação de preços Nextag disseram aos senadores que as práticas de pesquisa do Google estão prejudicando seus negócios. Em vez de inovar, a Google tem copiado outros serviços na criação do seu próprio site de compras, disse Jeff Katz, CEO da Nextag. Cerca de 65% dos resultados das buscas do Nextag vêm através do Google e as recentes alterações aos resultados nas pesquisas no Google prejudicaram em muito o seu negócio, disse Katz.
A Google foi um bom parceiro durante anos, mas recentemente começou a favorecer os seus próprios serviços relativamente ao Yelp, disse Jeremy Stoppelman, co-fundador e CEO do Yelp. Nos últimos anos, o Google concentrou-se em ser um site de destino e não uma ferramenta de busca imparcial, disse Stoppelman.
questionou se o Yelp poderia ter sucesso hoje, com as práticas actuais do Google. Inquirido se poderia lançar o Yelp no ambiente atual, Stoppelman disse que “encontraria outra coisa para fazer”.
Voz dissonante, Creighton, ex-chefe responsável pela concorrência na Comissão Federal de Comércio (FTC) dos EUA, alertou os senadores sobre a tentativa de dizer à Google como apresentar os resultados das buscas. A interferência do governo poderia transformar os resultados dessas buscas no Google em uma “utility” regulamentada, lembrou.