CEO da Foxconn chama funcionários de "animais"
"Gerenciar um milhão de animais me dá a maior dor de cabeça", disse Terry Gou
Terry Gou, presidente da Foxconn, é o protagonista de uma nova polêmica envolvendo maus tratos aos funcionário da empresa, que é a maior fabricante de eletrônicos por contrato do mundo.
Em uma comemoração recente, com a presença de seus gerentes sêniors, Gou teria dito que a "Hon Hai (grupo dono da Foxconn) é uma força internacional superior à um milhão (de funcionários) e, como seres humanos também são animais, gerenciar um milhão de animais me dá a maior dor de cabeça", de acordo com informações do site WantChinaTimes.
Gou ainda teria dito que queria aprender com Chin Shih-chien, diretor do Zoológico de Taipei — cidade onde fica o escritório central da Foxconn, na província de Taiwan —, sobre como gerenciar animais.
A Foxconn frequentemente tem sido acusada de maus tratos aos funcionários das fábricas com sede na China, impondo condições de trabalho que beiram a escravidão, como longas jornadas nas linhas de produção e salários baixíssimos.
No último dia 12 de janeiro, cerca de 300 funcionários de uma fábrica em Wuhan ameaçaram suicídio coletivo, enquanto reivindicavam uma compensação por demissões voluntárias, que havia sido prometida previamente pela empresa.
Segundo um relatório divulgado em março de 2011, nos últimos 5 anos, a Foxconn perdeu cerca de 17 funcionários, que tiraram as próprias vidas no local de trabalho. Por causa disso, algumas fábricas chinesas possuem telas de proteção contra suicídio, nas laterais dos prédios, e rígidas normas de acesso aos andares mais altos dos edifícios.
A companhia é responsável pela fabricação de dispositivos eletrônicos de várias empresas, como o iPhone e o iPad, da Apple, o Xbox 360, da Microsoft, além de produtos da HP e Sony, por exemplo. No Brasil, a empresa opera com três fábricas — e cerca de 7 mil funcionários. Uma delas, em Jundiaí, no interior de São Paulo, deve começar em breve a produzir o tablet iPad 2.