iPads produzidos no Brasil não têm diminuição de preço
Já estão sendo vendidos em diversas lojas tablets da Apple produzidos na Foxconn de Jundiaí (SP)
Mesmo sendo fabricados no Brasil com uma série de incentivos financeiros, a Apple não repassou a redução de custos da fabricação dos produtos aos seus consumidores. Os modelos são de iPad de segunda e terceira geração, produzidos na fábrica da Foxconn em Jundiaí, no interior de São Paulo, e têm o mesmo preço dos produzidos na China.
Empresas como a Americanas.com, Fast Shop, Walmart e outras lojas físicas na cidade de São Paulo já comercializam produtos fabricados no Brasil. No site oficial da Apple, o valor começa em R$ 1.549 (16 GB, Wi-Fi), independente de o produto ser brasileiro ou importado, e a origem não é especificada no endereço eletrônico.
MCTI
Segundo o MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação), qualquer empresa que passe a produzir no Brasil não é obrigada a tabelar o preço dos produtos ou repassar as isenções fiscais para os consumidores.
Porém, para que uma empresa seja beneficiada com incentivos fiscais da Lei da Informática ou Lei do Bem, é preciso utilizar, no mínimo, 20% do conteúdo brasileiro em suas operações. A lei oferece redução do Cofins e IPI de 9,25% para zero às empresas.
A principal vantagem em oferecer esses tipos de benefícios às empresas é o investimento delas no país e a geração de empregos. Essa estratégia tem dado certo: 36 companhias já solicitaram autorização para fabricar tablets no Brasil dentro do Processo Produtivo Básico, e 17 delas já conseguiram. Entre as fabricantes nacionais do aparelho estão a Foxconn, que monta o iPad, Semp Toshiba, Samsung, Motorola e Positivo.
CONCORRÊNCIA
Em nota divulgada nessa sexta-feira (13), o Ministério de Ciência e Tecnologia afirmou que acredita que a concorrência no mercado brasileiro deve fazer os preços do iPad da Apple baixarem. “Os principais fabricantes estão no país, fato que favorece a concorrência entre eles e a consequente queda dos preços”, afirmou Virgílio Almeida, Secretário de Políticas de Informática do ministério.
Ao ser anunciada pela primeira vez na gestão de Aloizio Mercadante (na época, ministro de Ciência e Tecnologia), o então ministro do MCTI afirmou que o modelo de tablets produzidos em território nacional poderia ter queda de até 36% no preço cobrado ao consumidor. "A Foxconn vem executando o Projeto Produtivo Básico, investindo 4% em Pesquisa e Desenvolvimento e respeitando as taxas de composição de produtos nacionais – requisitos para receber os incentivos fiscais da Lei de Informática. Desta forma, a economia do Brasil ganha com a geração de empregos e com a redução das importações", diz o texto.
A Apple não quis comentar o preço nem a fabricação dos produtos no Brasil.