iPads produzidos no Brasil não têm diminuição de preço

Já estão sendo vendidos em diversas lojas tablets da Apple produzidos na Foxconn de Jundiaí (SP)

por Carlos S Silvio sex, 13/07/2012 - 17:45
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens

Mesmo sendo fabricados no Brasil com uma série de incentivos financeiros, a Apple não repassou a redução de custos da fabricação dos produtos aos seus consumidores. Os modelos são de iPad de segunda e terceira geração, produzidos na fábrica da Foxconn em Jundiaí, no interior de São Paulo, e têm o mesmo preço dos produzidos na China.

Empresas como a Americanas.com, Fast Shop, Walmart e outras lojas físicas na cidade de São Paulo já comercializam produtos fabricados no Brasil. No site oficial da Apple, o valor começa em R$ 1.549 (16 GB, Wi-Fi), independente de o produto ser brasileiro ou importado, e a origem não é especificada no endereço eletrônico.

MCTI

Segundo o MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação), qualquer empresa que passe a produzir no Brasil não é obrigada a tabelar o preço dos produtos ou repassar as isenções fiscais para os consumidores.

Porém, para que uma empresa seja beneficiada com incentivos fiscais da Lei da Informática ou Lei do Bem, é preciso utilizar, no mínimo, 20% do conteúdo brasileiro em suas operações. A lei oferece redução do Cofins e IPI de 9,25% para zero às empresas.

A principal vantagem em oferecer esses tipos de benefícios às empresas é o investimento delas no país e a geração de empregos. Essa estratégia tem dado certo: 36 companhias já solicitaram autorização para fabricar tablets no Brasil dentro do Processo Produtivo Básico, e 17 delas já conseguiram. Entre as fabricantes nacionais do aparelho estão a Foxconn, que monta o iPad, Semp Toshiba, Samsung, Motorola e Positivo.



CONCORRÊNCIA

Em nota divulgada nessa sexta-feira (13), o Ministério de Ciência e Tecnologia afirmou que acredita que a concorrência no mercado brasileiro deve fazer os preços do iPad da Apple baixarem. “Os principais fabricantes estão no país, fato que favorece a concorrência entre eles e a consequente queda dos preços”, afirmou Virgílio Almeida, Secretário de Políticas de Informática do ministério.



Ao ser anunciada pela primeira vez na gestão de Aloizio Mercadante (na época, ministro de Ciência e Tecnologia), o então ministro do MCTI afirmou que o modelo de tablets produzidos em território nacional poderia ter queda de até 36% no preço cobrado ao consumidor. "A Foxconn vem executando o Projeto Produtivo Básico, investindo 4% em Pesquisa e Desenvolvimento e respeitando as taxas de composição de produtos nacionais – requisitos para receber os incentivos fiscais da Lei de Informática. Desta forma, a economia do Brasil ganha com a geração de empregos e com a redução das importações", diz o texto.



A Apple não quis comentar o preço nem a fabricação dos produtos no Brasil.

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