Mercado brasileiro de smartphones despenca em 2015

Nem as datas comemorativas, como a Black Friday, têm dado fôlego às vendas

por Nathália Guimarães qui, 10/12/2015 - 17:01
Líbia Florentino/LeiaJáImagens/Arquivo Expectativa da IDC Brasil é que o mercado de smartphones termine 2015 com baixa de 12,8% Líbia Florentino/LeiaJáImagens/Arquivo

Pelo segundo trimestre consecutivo, o mercado de smartphones encerrou em queda no Brasil. De julho a setembro de 2015, aproximadamente 10.753 milhões de celulares inteligentes foram vendidos, 25,5% a menos na comparação com o mesmo período do ano passado. Nem as datas comemorativas, como a Black Friday, têm dado fôlego às vendas. Os números constam no estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q3, realizado pela IDC Brasil.

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Somando com a categoria de feature phones, foram cerca de 11.710 milhões de aparelhos comercializados, 35% a menos do que no terceiro trimestre de 2014. Essa é segunda redução consecutivas nas vendas. Para Leonardo Munin, analista de pesquisas da IDC Brasil, os números confirmam as dificuldades do mercado.

“Assim como no segundo trimestre, novamente os estoques continuam altos e os varejistas e fabricantes fazendo promoções para conseguir vender. Estamos voltando ao patamar de 2013. A última vez em que as vendas ficaram abaixo de 11 milhões de unidades foi no terceiro trimestre daquele ano”, afirma o especialista.

Além da alta do dólar e do baixo desempenho da economia, o analista da IDC Brasil atribui o aumento do ciclo de vida dos smartphones – devido às melhorias nas especificações técnicas - como uma das razões para a queda nas vendas. Segundo ele, o usuário levava cerca de um ano e seis meses para adquirir um novo aparelho. Hoje, o interesse pela troca permanece, porém, o que se vê é que a compra tem sido cada vez mais postergada.

Apesar na queda em número de unidades vendidas, os dados da IDC revelam que houve crescimento de 1,7% na receita no terceiro trimestre, com aproximadamente R$ 9,9 bilhões. “Hoje há equipamentos mais robustos, com recursos mais sofisticados e, consequentemente mais caros”, analisa Munin. O ticket médio passou de R$ 790 no primeiro trimestre de 2015 para R$ 925 no terceiro. Outro dado apresentado pelo analista mostra que 46% das vendas – quase cinco milhões de smartphones – foram de aparelhos compatíveis com a rede 4G.

A expectativa da IDC Brasil é que o mercado de smartphones termine 2015 com baixa de 12,8%, com 47,575 milhões de celulares inteligentes comercializados. Em relação ao fim da Lei do Bem, resta ao consumidor arcar com mais uma consequência. “O preço final dos produtos deve ficar 10% mais caro na ponta e refletirá  diretamente no desempenho das vendas. Para 2016, nossa projeção é de queda de ao menos 8”, pontua.

Em setembro, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, afirmou que o governo brasileiro irá adotar novas medidas tributárias para equilibrar as contas públicas em 2016, revisando o benefício fiscal concedido a eletrônicos, a chamada Lei do Bem (Lei nº 11.196/05).

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