Inteligência artificial detecta se uma pessoa é gay
Estudo descobriu que um algoritmo computacional pode distinguir corretamente entre homens homossexuais e heterossexuais 81% do tempo
A inteligência artificial pode adivinhar com precisão se as pessoas são gays ou heterossexuais com base em fotos de seus rostos, de acordo com novas pesquisas que sugerem que as máquinas podem identificar a orientação sexual de alguém significativamente melhor do que os humanos.
O estudo da Universidade de Stanford, nos EUA, descobriu que um algoritmo computacional pode distinguir corretamente entre homens homossexuais e heterossexuais 81% do tempo. A pesquisa baseou-se em uma amostra de mais de 35 mil imagens faciais disponíveis publicamente em um site de namoro dos EUA, no qual as pessoas autodeclaravam sua orientação sexual.
Os pesquisadores, Michal Kosinski e Yilun Wang, extraíram recursos das imagens usando redes neurais profundas, ou seja, um sofisticado sistema matemático que aprende a analisar imagens com base em um grande conjunto de dados.
A pesquisa descobriu que homens e mulheres homossexuais tendem a ter um padrão de características, expressões e estilos. O sistema determinou que os homens gays apresentam mandíbulas mais estreitas, narizes alongados e testas mais largas, enquanto as mulheres têm mandíbulas mais largas e testas mais curtas do que as que se interessam sexualmente pelo gênero oposto.
A chance de acerto é de 81% para homens e 74% para mulheres. O estudo sugeriu que os resultados fornecem um forte apoio para a teoria de que a orientação sexual decorre da exposição a certos hormônios antes do nascimento.
Embora as conclusões tenham limites claros quando se trata de gênero e sexualidade - negros não foram incluídos no estudo e não houve consideração de pessoas transgênero ou bissexuais - as implicações para a inteligência artificial são vastas e alarmantes.
Com bilhões de imagens faciais de pessoas armazenadas em sites de redes sociais e em bancos de dados governamentais, os pesquisadores sugeriram que os dados públicos poderiam ser usados para detectar a orientação sexual das pessoas sem o seu consentimento.
Os autores também observaram que a inteligência artificial poderia ser usada para explorar as relações entre os traços faciais e uma série de outros fenômenos, como opiniões políticas, condições psicológicas ou personalidade.