Google pode passar a cobrar pelo Android, diz presidente

Android é usado gratuitamente por 1,3 mil fabricantes em todo o mundo

por Nathália Guimarães qui, 19/07/2018 - 10:27
ELIJAH NOUVELAGE/AFP Google foi multado em R$ 19 bilhões pela União Europeia (UE) por práticas anticompetitivas ELIJAH NOUVELAGE/AFP

O CEO do Google, Sundar Pichai, usou uma postagem no blog oficial da empresa para sugerir que o sistema operacional móvel Android, o mais usado do mundo, pode deixar de permanecer livre e aberto. O depoimento foi compartilhado após o Google ser multado em R$ 19 bilhões pela União Europeia (UE) por práticas anticompetitivas.

Pichai explicou que há custos associados a plataformas como o Android, mas que o Google conseguiu ultrapassar essas barreiras graças a um investimento de bilhões de dólares ao longo da última década para tornar o sistema o que ele é atualmente.

"Esse investimento faz sentido porque podemos oferecer aos fabricantes a opção de pré-instalar um conjunto de aplicativos populares, alguns que geram receita para o Google", informou o executivo. Segundo ele, se esse tipo de acordo for proibido na Europa, é possível que a empresa passe a cobrar pelo software, num modelo similar ao do Windows, da Microsoft.

"A distribuição gratuita da plataforma Android e do conjunto de aplicativos do Google não é apenas eficiente para os fabricantes e operadores de telefonia - é um grande benefício para desenvolvedores e consumidores", disse Pichai, no mesmo post.

"Até agora, o modelo de negócios do Android significou que não tivemos que cobrar dos fabricantes por nossa tecnologia, ou depender de um modelo de distribuição rigidamente controlado", completou. Pichai escreveu ainda que a decisão da UE de impor uma multa recorde ao Google por práticas anticoncorrenciais poderia perturbar o equilíbrio do Android.

O Android é usado gratuitamente por 1,3 mil fabricantes em todo o mundo - segundo o Google, são 24 mil modelos de dispositivos com a plataforma. Criado em 2008 para competir com o iOS, da Apple, o Android está instalado em mais de 80% dos dispositivos móveis do mercado.

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