Facebook alertará usuários das 'fake news' do coronavírus

Os usuários que clicarem nesse tipo de informação falsa, comentarem, ou compartilharem esse material, receberão uma mensagem, solicitando que consultem fontes seguras

qui, 16/04/2020 - 11:49
Olivier DOULIERY Logo do Facebook em celular Olivier DOULIERY

O Facebook alertará diretamente seus usuários quando consultarem informações falsas relacionadas ao novo coronavírus - anunciou seu presidente, Mark Zuckerberg, nesta quinta-feira (16).

Durante o mês de março, a rede social suprimiu "centenas de milhares" de conteúdo sobre a COVID-19 que "poderiam representar um perigo iminente para a saúde", como publicações que afirmavam que o alvejante doméstico permitia a cura do vírus.

Os usuários que clicarem nesse tipo de informação falsa, comentarem, ou compartilharem esse material, receberão uma mensagem, solicitando que consultem fontes seguras, como o site da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse Zuckerberg em um blog do Facebook.

Zuckerberg também defendeu os esforços da rede social para "limitar a disseminação da desinformação sobre a COVID-19".

O Facebook assegurou ter redirecionado "quase 2 bilhões de usuários", ou seja, quase todos os seus "membros", para informações de autoridades de saúde pública, por meio do "Centro de Informações COVID-19".

Resultado: "mais de 350 milhões de usuários clicaram em nossas mensagens pedagógicas", segundo Zuckerberg.

As contribuições das 60 organizações de verificação de fatos que trabalham com o Facebook em todo mundo, como a AFP, também serão destacadas no "Centro de Informações".

Se a informação for falsa, ou imprecisa, mas não representar um "perigo iminente", a rede social colocará um "rótulo de aviso".

Cerca de 40 milhões de publicações já receberam esse rótulo em março, dissuadindo os usuários de consultarem seu conteúdo em 95% dos casos, acrescentou o Facebook.

Muitos observadores, como a ONG Avaaz, denunciaram a incapacidade do Facebook de impedir a disseminação de informações falsas, com sérias consequências.

"O Facebook está no epicentro dessa crise de desinformação", disse Fadi Quran, chefe da Avaaz, em um comunicado.

"Mas a empresa está dando um passo importante hoje para limpar esse ecossistema tóxico, tornando-se a primeira rede social a alertar os usuários expostos a informações falsas sobre o coronavírus e redirecioná-los para informações que salvam vidas", reconheceu.

O Whatsapp, que pertence ao Facebook, também lançou novas medidas no início de abril para combater a desinformação. Seus usuários podem repassar mensagens virais apenas para um único contato de cada vez, para limitar a disseminação de "fake news".

A AFP trabalha em mais de 30 países e em 12 idiomas no programa "Third Party Fact-Checking" para verificação de conteúdo desenvolvido pelo Facebook.

Nesse programa, lançado em dezembro de 2016, o Facebook remunera cerca de 60 veículos do mundo inteiro, para usar suas verificações de fatos em sua plataforma e no Instagram.

Se uma dessas mídias detectar que uma informação é falsa, ou enganosa, os usuários do Facebook e do Instagram têm menos probabilidade de vê-las entre as notícias atuais.

E, se alguém tentar compartilhar essas informações, a plataforma sugere a leitura do artigo com a verificação correspondente. O Facebook não exclui nenhuma postagem.

Os veículos participantes têm total liberdade na escolha e no tratamento dos temas que desejam verificar.

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