Facebook combate campanhas russas de desinformação

Um grupo de hackers chamado Ghostwriter, que parece operar na Rússia, intensificou sua atividade, segundo a equipe de segurança do Facebook

qui, 07/04/2022 - 10:20
Pixabay Facebook bloqueou o compartilhamento de vídeos de grupo hacker Pixabay

A Meta, empresa matriz do Facebook, afirmou nesta quinta-feira (7) que atores estatais russos e outros intensificaram as tentativas de usar suas redes sociais, Facebook e Instagram, para propósitos de espionagem, hackeamento e desinformação, quando as plataformas digitais se transformaram em um dos fronts de guerra na Ucrânia.

"Esses atores perigosos não vão desistir", disse Nathaniel Gleicher, chefe de política de segurança do Facebook, em entrevista coletiva. "E eles tendem cada vez mais a combinar diferentes abordagens."

Um grupo de hackers chamado Ghostwriter, que parece operar na Rússia, intensificou sua atividade, segundo a equipe de segurança da empresa californiana. O Ghostwriter usa particularmente o phishing para incentivar suas vítimas a clicar em links que levam a sites maliciosos para roubar suas senhas.

"Desde nossa última atualização, este grupo tentou hackear as contas do Facebook de dezenas de membros do exército ucraniano", disse Meta em seu relatório. "Em alguns casos, eles postaram vídeos pedindo aos militares que se rendessem", se passando pelos verdadeiros donos das contas roubadas.

A Meta bloqueou o compartilhamento desses vídeos, disse Gleicher.

Sua equipe enfrenta as já clássicas campanhas de desinformação nas redes por meio de contas falsas, mas também outras táticas como "mobbing" ou "perseguição". Já desmantelou uma rede de cerca de 200 perfis russos que acusavam usuários de violar as regras da plataforma com o objetivo de remover seu conteúdo sobre a Ucrânia.

"Os envolvidos usaram contas falsas e genuínas para registrar centenas e até milhares de denúncias contra seus alvos", detalha o relatório. "Para não serem detectados, eles se coordenaram por meio de um grupo temático de receitas culinárias."

O relatório também menciona atividades de espionagem nas telecomunicações ucranianas, bem como jornalistas e ativistas.

A Meta já tomou medidas para reduzir a desinformação russa: a mídia estatal russa não pode mais veicular anúncios, e até mesmo RT e Sputnik são totalmente proibidos na União Europeia.

Moscou respondeu a esse movimento bloqueando o Facebook e o Instagram na Rússia.

Atualmente, a AFP faz parte do programa de verificação digital da Meta em mais de 80 países e 24 idiomas. Nesse programa, a Meta paga cerca de 80 organizações, incluindo veículos de comunicação e especialistas em fact-checking (checagem de fatos) para usar suas verificações de fatos no Facebook, WhatsApp e Instagram.

Assim, o conteúdo classificado como "falso" atinge um público menor. O usuário que tentar compartilhar essa postagem receberá um artigo explicando por que a postagem é enganosa e aqueles que já a compartilharam receberão uma notificação com um link da checagem.

Nenhuma postagem é removida das plataformas e os verificadores de fatos são livres para escolher como e o que investigar.

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