'Lula Play': ex-presidente recebe cartilha do setor gamer
Documento foi elaborado e assinado por empresários do ramo e sugere propostas voltadas ao desenvolvimento da cultura e tecnologia
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, em um encontro com empresários do setor tecnológico em São Paulo, a cartilha “Lula Play”, que apresenta propostas de políticas públicas para o setor de jogos eletrônicos no Brasil. O público gamer no país além de extenso, tem sido alvo de diferentes campanhas, pelo potencial demográfico e também de desenvolvimento. Marcado pela presença do eleitorado mais jovem, o setor também se destaca nacionalmente e atrai investidores.
A cartilha aponta que o Brasil é o líder na América Latina em número de jogadores on-line, onde 92,4 milhões de pessoas movimentaram 2,3 bilhões de dólares somente em 2021 – crescimento anual de 5,1%, de acordo com relatórios da Newzoo. O país é o décimo no mundo que mais gera receita através dos jogos digitais. Apesar disso, o imposto sobre videogames e periféricos assusta muitos dos que tentam investir no nicho.
A iniciativa partiu do Instituto Lula, que em maio deste ano convidou especialistas para discutirem a questão. Entre as demandas apresentadas pelos gamers está a regulamentação da profissão, com garantia de direitos para os trabalhadores da indústria indie, a criação de cursos técnicos e de ensino superior para desenvolvedores de jogos.
Público disputado
Em junho, o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou o quarto corte consecutivo no imposto de importação de videogames e acessórios relacionados. A alíquota de imposto de importação de partes e acessórios de consoles e de máquinas de videogame caiu de 16% para 12%. Já para videogames com telas incorporadas (portáteis ou não) e suas partes, tiveram redução de 16% para 0%.
A decisão, que agradou sobretudo empresários, também funciona como catapulta para que o discurso do mandatário chegue na parcela gamer ou mesmo nos “geeks”, que contemplam desde adolescentes a adultos veteranos no mundo dos games, ficção e animações. O público mais jovem, como já revelado em pesquisas de intenção de voto anteriores, não é o mais interessado no bolsonarismo.
Além disso, o ano tem sido marcado por diversas intervenções artísticas em prol de Lula, que já lidera neste nicho e ganhou mais popularidade após a movimentação de artistas nas redes e em eventos. Recentemente, a nova estratégia da comunicação de Jair Bolsonaro foi interagir com o público “otaku”, que são os fãs de animações tradicionais do Japão.