Meta avalia tornar políticas de nudez mais inclusivas
As normas da Meta proíbem imagens que contenham mamilos femininos, exceto em determinados contextos de saúde, como amamentação e cirurgias de redesignação sexual
A Meta, controladora do Facebook e do Instagram, foi mais uma vez chamada a rever suas regras sobre nudez, em particular aquela que proíbe mulheres de mostrar os seios e prejudica a capacidade de expressão tanto delas como de pessoas transmasculinas e não binárias, de acordo com o conselho de supervisão do grupo americano.
"Estamos pedindo à Meta que analise isso. Dizemos que deveria haver mais igualdade. É interessante que os únicos mamilos que não são sexualizados são os dos homens ou aqueles que foram operados", disse Helle Thorning-Schmidt, ex-primeira-ministra da Dinamarca e integrante do conselho, durante uma conferência online nesta quinta-feira (19).
O "supremo tribunal" da gigante das redes sociais decidiu recentemente que a Meta não deveria ter removido as fotos postadas por um casal que exibia os seios, com os mamilos cobertos, com uma legenda falando sobre a saúde das pessoas transgênero e explicando que um deles em breve passaria por uma cirurgia de redesignação sexual, a retirada das mamas. O casal estava arrecadando fundos para a intervenção.
"A remoção dessas imagens não é consistente com os valores da Meta e suas responsabilidades de direitos humanos", afirmou o conselho de supervisão na terça-feira. "A política de nudez adulta da empresa restringe mais fortemente a expressão de mulheres, pessoas transgênero e pessoas não binárias em suas plataformas", acrescentou.
O conselho é composto por 20 membros internacionais, jornalistas, advogados, defensores dos direitos humanos e ex-líderes políticos. Foi criado em 2020 por proposta do fundador Mark Zuckerberg e é responsável por avaliar as políticas de moderação de conteúdo do grupo californiano.
As normas da Meta proíbem imagens que contenham mamilos femininos, exceto em determinados contextos de saúde, como amamentação e cirurgias de redesignação sexual. "Esse regulamento se baseia em uma visão binária dos gêneros", apontou o conselho.