Robótica abre as portas da diversidade no Rec’n’Play 2023

A oficina visa inserir público de todas as idades no mundo da robótica e também é aberta para quem já tem conhecimento no assunto

por Rachel Andrade sab, 21/10/2023 - 13:07
Rachel Andrade/LeiaJá Oficina aconteceu no Rec'n'Play 2023, no centro do Recife Rachel Andrade/LeiaJá

A diversidade de público foi um dos pontos fortes na oficina de robótica, realizada na manhã deste sábado (21) no Rec’n’Play 2023, no Recife. Jovens, adultos e crianças participaram da atividade para entender o funcionamento do microcomputador Arduino, uma das ferramentas para a construção de robôs. 

Uma das participantes da oficina foi Sophia Santos, de 7 anos, que estava acompanhada do pai, o engenheiro eletricista Alberto, de 38, moradores do bairro de Jardim São Paulo, zona Oeste do Recife. Mesmo sendo uma grande novidade para ela, a pequena estava curiosa e atenta para aprender tudo sobre o tema. “Eu gosto de robô. Meu pai já me ensinou [algumas coisas sobre robótica], e eu já sabia fazer isso”, disse, apontando para o circuito montado, conectado ao computador. 

Sophia montando o circuito com a ajuda de seu pai, Alberto. Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

Para seu pai é uma alegria participar do momento de aprendizado da filha, visando também o conhecimento adquirido na infância que pode contribuir no futuro. “Eu acho importante porque termina que ela conhece outros assuntos, que não envolvem só robótica, mas eletrônica, programação. É importante, eu acho, para ela poder se interessar desde pequenininha”, afirmou. 

Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

Apesar do interesse pela temática, Sophia já adiantou que quer seguir a carreira como dona de um pet show, mas já enxerga possibilidades com a tecnologia. “Eu posso fazer um robô no formato de um cachorro”, idealizou. 

Oportunidades para aprofundar conhecimentos 

Visitando o evento pela primeira vez, o cientista da computação, Nivaldo Sebastião de Melo, de 34 anos, conta que se interessou pela oficina para se aprofundar na robótica, e que já conhecia o Arduino. “Meu objetivo é ter mais conhecimento e se for uma oportunidade, desenvolver um projeto próprio para empresa. Como eu estudei muito Internet das Coisas, isso se relaciona muito”, disse o jovem. 

Nivaldo aprendeu a montar um circuito direto. Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

Nivaldo sofreu uma paralisia no nascimento, e é considerado uma pessoa com deficiência devido a algumas limitações motoras. Acompanhado de sua mãe, Maria Sônia, eles vieram do bairro de Jardim Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, e ficaram sabendo da oficina pela internet. “Tá muito bom aqui. É a primeira vez que eu estou participando com ele, ele pegou na internet, se inscreveu”, compartilhou Sônia. 

Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

Um dos desafios enfrentados por Nivaldo atualmente é a entrada no mercado de trabalho. Mesmo com a formação de ensino superior e pós-graduação em ciência da computação, ele ainda encontra dificuldades para ser chamado em processos de seleção. “Nenhuma empresa nunca chama ele, mesmo ele participando da seleção como pessoa com deficiência. O problema, muitas vezes, é que as empresas não sabem entrevistar e avaliar pessoas como ele, e colocam o mesmo recrutador para entrevista uma pessoa com deficiência e uma pessoa sem”, compartilhou dona Sônia. 

Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

No entanto, Nivaldo não se deixa abalar pelas barreiras impostas pelo mercado, e encontra outras maneiras de se sustentar financeiramente. Atualmente ele presta serviços como revisor de Trabalho de Conclusão de Curso para concluintes da graduação, enquanto procura oportunidades em sua área de domínio. 

 

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