Estudantes da UFPE realizam protesto no Derby
Ação apoia a greve dos professores e corpo administrativo das universidades federais
Estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em especial os do curso de medicina, realizam protesto na manhã desta sexta-feira (3), com concentração na Praça do Derby, região central do Recife. O grupo, composto por cerca de 300 pessoas, seguirá em passeata pela Avenida Agamenon Magalhães até o Memorial de Medicina, situado na Rua Amaury de Medeiros, também no bairro do Derby.
Os estudantes estão apoiando a greve dos professores e di corpo administrativo das universidades federais. “Também buscamos a melhoria do ensino superior público em geral e também das aulas práticas de medicina, que acontecem no Hospital das Clínicas”, explica Crisnanda Vieira, aluna de medicina da UFPE.
Vestido de preto e carregando caixões, o grupo simboliza “a morte da educação e da saúde pública”. Neste momento, acontece uma encenação, realizada por representantes da TV Sindical, ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), intitulada A cozinha da Dilma, onde é ensinada a receita do arrumadinho, criticando os investimentos públicos federais. Para o grupo, o Governo Federal está investindo milhões em obras da Copa 2014 e não está dando a devida atenção ao ensino superior.
Para Agsa da Silva, estudante do curso de serviço social da UFPE, "o Governo Federal não vem demonstrando intenção em melhorar o ensino público no país. O ensino superior é sucateado e a mesma realidade é encontrada nos ensinos médio e fundamental", avalia a estudante.
Os alunos contam com o apoio do Sindicato dos Médicos de Pernambuco. "Essa é uma causa importante e de dimensão gigantesca. A greve não é só uma realidade de Pernambuco, mas de todo o país. E um país sem ensino não pode progredir. Por isso apoiamos a causa e estamos aqui para dar voz aos alunos e professores. Que tipo de médicos iremos formar em universidades sucateadas? É uma realidade mais além, que envolve o sucateamento do ensino público, da saúde pública e do Sistema Único de Saúde (SUS). A qualidade de universidades seculares não pode ser extinta", declarou a diretora do sindicato, Verônica Cisneiros, formada há 27 anos em medicina pela UFPE.