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Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) decidiram terminar a greve, que já durava 112 dias. A votação aconteceu durante a assembleia da Associação dos Docentes da UFPE (ADUFEPE), realizada no auditório do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), nesta quarta-feira (5).
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Participaram 383 professores, sendo 241 a favor do fim da greve, 134 contra e oito abstenções. Alunos que representam alguns movimentos estudantis também estavam presentes.
As atividades serão retomadas no dia 17, quando também retornam as aulas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A ADUFEPE irá encaminhar o comunicado oficial do fim da greve para o Comando Nacional de Greve e a Reitoria da UFPE. Um encontro entre docentes e a Reitoria da UFPE ainda será marcado para definir a reposição das aulas.
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“A greve não é mais forte e o pedido do Comando Nacional (Andes-SN) à ADUFEPE foi a favor da saída de greve. Também há uma forte pressão dos pais de alunos do Colégio de Aplicação para que as aulas voltem”, declarou o presidente ADUFEPE, José Luís Simões.
Ainda de acordo com José Luís Simões, a ADUFEPE gastou cerca de R$ 140 mil com a greve. Esta foi a paralisação mais longa dos docentes da UFPE, superando a de 2001, que durou 110 dias. A última grande greve dos docentes federais havia sido em 2005, com duração de 93 dias na UFPE, e 112 dias a nível nacional.
Dentre os que discordam do fim da greve está professor do Centro de Educação da UFPE, Evson Malaquias. “No próprio interior da universidade existem os primos ricos e os primos pobres. Os ricos não se preocupam com os problemas da universidade. O que vamos dizer aos nossos alunos quando voltarmos às aulas?”, declarou, lembrando que muitos alunos pedem a continuidade da greve.
Mas, a estudante de serviço social e membro da Assembleia Nacional de Estudantes Livre (ANEL), Janaína Oliveira, é a favor do fim da paralisação. “Eu sou a favor do fim da greve, ela foi positiva, até porque ela não acabou este ano e servirá de base para os próximos movimentos em prol da educação. O governo só negociou porque foi pressionado por professores e alunos. Por causa da greve, os alunos vão sair da faculdade mais maduros e, com certeza, professores e alunos estarão mais unidos”, disse.
Histórico
A greve começou com reivindicações por reestruturação que valorizasse o profissional ao longo dos anos de trabalho. Apesar dos acordos realizados entre o governo e a categoria, a proposta foi rejeitada por todas as assembleias. Recentemente, grandes universidades como UNB e UFRJ deliberaram saída da greve.
Na última avaliação política, publicada no dia 2 de setembro, o Comando Nacional de Greve reafirmou e encaminhou a continuidade da greve, mas apontou a necessidade de que assembleias das bases encaminhassem uma decisão unificada de continuidade ou não da paralisação.