O tão almejado concurso do ITA
"Passar no ITA é uma obsessão", diz o estudante Bruno Monteiro, que largou a UFPE e outro concurso militar para tentar ingressar no instituto tecnológico
Sonho de muitos estudantes que querem agregar uma formação superior e uma carreira militar. Não é difícil encontrar inúmeras pessoas que pensam em ingressar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A instituição universitária é especializada no campo do saber aeroespacial, sob a responsabilidade do Comando da Aeronáutica (COMAER). O objetivo do ITA é proporcionar, através da educação, do ensino, da pesquisa e da extensão, o progresso das ciências das tecnologias que têm relação com o segmento aeroespacial.
De acordo com informações do instituto, o Curso de Engenharia Aeronáutica foi criado no ano de 1939, para ser realizado na Escola Técnica do Exército (ETE), no Rio de Janeiro. Depois de alguns anos, em 1951, o curso de Engenharia Eletrônica, em 1962 Engenharia Mecânica (transformado em Engenharia Mecânica-Aeronáutica em 1975), em 1975 o curso de Engenharia de Infra-Estrutura Aeronáutica (transformado em Engenharia Civil-Aeronáutica em 2006), e, em 1989, o curso de Engenharia de Computação.
O processo seletivo do ITA está com inscrições disponíveis até o dia 15 de setembro. No endereço virtual do instituto é possível encontrar mais detalhes informativos sobre a seleção. De acordo com dados da instituição, no ano passado, mais de nove mil pessoas participaram do concurso.
Segundo Leonardo Siqueira, coordenador dos cursos preparatórios para concursos militares do Colégio GGE, localizado no Recife e que é referência na preparação para essas seleções, o fato do ITA ser tão procurado pelos estudantes é pelo fato de ele proporcionar vários campos de atuação. “Trabalha com diversas engenharias, investimentos em mercados financeiros, petróleo, fabricação e montagem de aviões, linha de produção industrial, entre outras áreas, e tudo isso atrai os estudantes”, explica o coordenador.
Apesar de ter um foco forte em engenharias, Siqueira destaca que o aluno não deve atentar com mais intensidade apenas para as matérias exatas. “A preparação vem da intensidade e responsabilidade do aluno, lembrando que é importante levar a sério todas as matérias”, aconselha. De acordo com o coordenador, a concorrência do processo seletivo é de 20 pessoas para uma vagas, e estão disponíveis 120.
"Passar no ITA é uma obsessão"
Uma aprovação no curso de engenharia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) parecia ser um sonho alcançado para Bruno Monteiro, 21 anos. Só parecia. Ele desistiu da graduação no ano de 2009 e resolveu participar de um processo seletivo de uma importante instituição militar do Brasil. Foi aprovado em 2010. Também parecia outra meta alcançada, todavia não foi. O que Monteiro quer, de verdade, é ser aprovado no ITA. Apaixonado por aviões, o jovem viu no instituto tecnológico a realização de um sonho. “Normalmente, as pessoas que escolhem o ITA já sabem o que querem, e comigo não foi diferente”, conta o estudante.
Atualmente o rapaz estuda com foco total na aprovação do ITA, por isso, resolveu fazer um curso preparatório específico. “Quando eu saí do ensino médio, eu pensei que sabia muitas coisas. Quando fiz a prova do ITA, percebi que não sabia tanto assim”, comenta Monteiro, falando sobre a sua reprovação no processo seletivo realizado também em 2010.
A dedicação do estudante é grande. De acordo com ele, no turno da manhã, ele estuda em casa das 8h ao meio-dia. À tarde, das 13h45 às 20h, Monteiro faz o curso preparatório. Retorna às 21h para sua residência e às 22h, retoma o estudo até a meia-noite. “Isso eu faço até sábado, e no domingo eu faço um simulado, mas também procuro descansar e sair com minha namorada”, relata. A quantidade de livros utilizados por Monteiro impressiona. Química, física, matemática, literatura, entre outras, são algumas das muitas disciplinas que auxiliam o jovem na preparação para o ITA.
Todo esse esforço é válido, segundo Monteiro. “Passar no ITA é uma honra para mim. Passar no ITA é uma obsessão”, declara o estudante.