Quatro dicas para contratação de profissionais experientes
O desemprego em alta exige novas dinâmicas e cuidados dos empregadores na hora das entrevistas com profissionais em busca de recolocação
As altas taxas de desemprego fazem com que muitos profissionais busquem se recolocar no mercado após uma demissão e muda a dinâmica de contratações nas empresas. Nesse cenário, é preciso que os empregadores tenham cuidados extras na hora das entrevistas com profissionais que buscam um retorno ao mercado.
Para Helena Magalhães, sócia de consultoria para recrutamento de executivos da People Oriented, a estimativa é que "uma contratação errada custe a uma empresa pelo menos três vezes o salário gasto com esse profissional. Isso sem considerar os aspectos intangíveis como clima, motivação da equipe, entre outros". Confira as dicas da especialista para acertar na contratação de profissionais que buscam recolocação:
Busque referências
Em um contexto de alto desemprego é essencial conhecer o candidato através de uma rede de contatos do contratante e não por referências indicadas pelo candidato. "É importante não se contentar com uma resposta genérica do profissional de que seu desligamento ocorreu devido ‘à crise’. Na maior parte das vezes, esse é apenas um dos motivos e não o principal. É recomendável ligar para a antiga empresa e buscar referências, até mesmo com a área de Recursos Humanos se não tiver nenhum contato na companhia”, afirma Helena.
Confirme se o interesse é duradouro
É normal que em épocas de alto desemprego pessoas que não estão trabalhando aceitem 'qualquer emprego' para voltar a ter um salário. "Quando o profissional precisa se recolocar rapidamente, às vezes aceita trabalhar em áreas ou ambientes que não tem tanto o seu perfil, ou mesmo longe demais de casa. É uma equação que dificilmente dá certo a longo prazo", afirma a sócia da People Oriented, que completa: “analisar o grau de interesse depende muito da sensibilidade do entrevistador; é necessário ler as entrelinhas da entrevista”.
Evite grandes reduções de salário
Para a especialista, não é recomendado que as empresas nivelem os salários por baixo para aproveitar a oferta de mão de obra mais barata pela ânsia de voltar a trabalhar. Helena aconselha os empregadores a manter, no mínimo, a remuneração que o profissional recebia no seu antigo posto. “Além de diminuir a motivação, pagar menos do que o patamar anterior cria uma sensação de que a relação entre empregador e empregado é abusiva. Em épocas de inflação alta, manter a mesma faixa de um cargo no ano anterior já é uma redução".
Avalie o perfil cultural e comportamental
Não é só a formação e habilidade técnica que determina o sucesso de uma contratação. Os empregadores precisam avaliar se do ponto de vista comportamental e cultural existem indícios de que se está fazendo uma boa escolha: “Isso não significa estabelecer parâmetros de candidatos melhores ou piores com base nesses critérios, mas sim de afinidade e adequação à vaga. Já existem vários testes para avaliação de perfil”, comenta Helena.