Desemprego aumentou mais entre os negros em São Paulo

Situação do mercado de trabalho piorou para esse grupo em comparação a 2015 segundo a Fundação Seade. Rendimentos também sofreram queda

por Wagner Silva ter, 19/12/2017 - 17:23

O desemprego aumentou mais entre a população negra em 2016, segundo levantamento feito pela Fundação Seade. O estudo coloca como fatores que contribuíram para o índice negativo a crise econômica dos últimos anos somados ao desequilíbrio provocado pela alta da inflação. A diferença de ocupação do mercado de trabalho entre negros e não negros (grupo composto por brancos e amarelos) chegou a ser de 1,9 pontos percentuais no início da crise em 2014 e passou para 4,2 pontos percentuais em 2016.

Segundo a Seade, os negros são 39,5% da população economicamente ativa da Região Metropolitana de São Paulo. A taxa de desemprego entre essa população aumentou de 14,9% para 19,4%, enquanto a dos não negros foi de 12% para 15,2%. Entre as mulheres negras, o desemprego aumentou de 16,3% para 20,9% no mesmo período e continua sendo maior do que entre os homens negros cuja diferença cresceu de 13,7% para 18%.

Em relação à renda, os salários dos negros são equivalentes a 67,8% dos não negros. O ganho por hora da população negra que possui ocupação caiu de R$ 9,59 em 2015 para R$ 9,10 em 2016, o que representa um encolhimento de 5,1%. Em relação aos cargos ocupados, a pesquisa mostra que os negros com formação superior são preteridos em cargos de chefia: 37,3% ocupam cargos de gerência ou diretoria contra 50,9% desses postos ocupados por não negros. Nas tarefas de execução, os negros com formação superior ocupam 34,9% dos cargos e os não negros 29,3%.

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