Educação domiciliar entra na pauta de debates nacionais

Liberação no Brasil do chamado Homeschooling, prática em que as crianças recebem formação educacional sem frequentar a escola, gera dúvidas e polêmica

qui, 16/08/2018 - 17:18
Divulgação/Picjumbo Novo modelo de educação infantil está sendo objeto de discussões no Brasil Divulgação/Picjumbo

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá, segundo a agenda de pautas de julgamentos, se as crianças poderão ser ensinadas em casa, pelos pais, em vez de irem às escolas. Essa decisão vai aprovar ou não o chamado Homeschooling, termo que significa ensino domiciliar, que não é legalizado no Brasil.

O Homeschooling é legalizado em vários países, como Áustria, Bélgica, Canadá, Austrália, França, Noruega, Portugal, Rússia, Itália, Nova Zelândia e Estados Unidos, onde essa forma de ensino é bastante comum. A prática consiste em transferir a educação básica das escolas para a responsabilidade dos pais ou familiares, com os conteúdos ministrados em casa.

O assunto é polêmico. “É uma tentativa de isolar as crianças do convívio com outras que não sejam, exatamente, selecionadas pelos pais”, disse a universitária Mikelynne Lima (28). Para a futura pedagoga, a escola é um local para conviver com a diversidade cultural. “A escola, seja boa ou ruim, nos obriga a conviver com a diversidade, dividir, entender que não somos o centro do mundo. Tenho duas filhas e se eu tiver opção, optarei pela escola pensando principalmente na socialização delas”, disse.

O assunto gera dúvidas entre profissionais da educação. “Vivemos em um país democrático (ao menos imaginamos assim). Acho que toda matéria deve ser discutida em sociedade. Precisamos ouvir educadores, psicólogos, sociólogos etc. Lembremos que tudo que nos causa estranheza hoje, mais adiante pode ser normal e necessário. Precisamos de mais informações e debates para chegarmos a uma opinião definitiva”, declarou Gilmar dos Santos (53), professor.

Pela Constituição Federal do Brasil, a educação é “direito de todos e dever do Estado e da Família”. O ministro Luís Roberto Barroso será o relator do processo.

Por Rosiane Rodrigues.

COMENTÁRIOS dos leitores