Aluno que declarou "morte à negraiada" em vídeo é expulso
O estudante do 10º período de direito, Pedro Baleotti, foi expulso da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, depois de postar um vídeo no qual fazia ameaças de morte a negros na época das eleições. A publicação gerou protestos de alunos e professores da instituição e revolta nas redes sociais.
O vídeo, que foi inicialmente enviado a um amigo do jovem, acabou viralizando. Nele o estudante diz que a “negraiada vai morrer”, apontando para um casal que passava na rua em uma moto. Pedro aparece armado e com discurso de ódio e cunho racista e exaltando a candidatura do agora presidente Jair Bolsonaro.
Por meio de nota a faculdade diz que os trâmites institucionais foram cumpridos e o aluno foi expulso. Afirma ainda que ele receberá todos os documentos quanto aos créditos cumpridos. E termina dizendo que “A instituição não coaduna com atitudes preconceituosas, discriminatórias e que não respeitam os direitos humanos".
Depois da repercussão, Baleotti se disse arrependido e pediu desculpas “Fiquei arrasado e arrependido pelo sofrimento que eu possa ter causado para todas essas pessoas”, disse em entrevista à imprensa. Ele ainda não se pronunciou depois da expulsão.
Já o advogado que o representa afirmou que vai atrás dos direitos do seu cliente, já que segundo ele, o vídeo foi publicado sem autorização, "violando direitos de sua personalidade".
Quando o caso foi divulgado, em outubro do ano passado, diversos estudantes da Mackenzie se mobilizaram para que fossem tomadas atitudes em relação a Pedro. Ele chegou a ser suspenso das aulas e foi demitido de um escritório no qual estagiava.
Depois da resolução anunciada nesta quarta-feira (09), um grupo que atuou nos protestos em repúdio ao comportamento do colega, postou uma mensagem de agradecimento em suas redes sociais. “Agradecemos todos que endossaram a luta, que compareceram aos protestos e se indignaram com o racismo presente na ação do aluno. A referida decisão demonstra a seriedade e o compromisso da universidade no combate ao racismo”, diz a postagem do Coletivo negro Afromack, composto por estudantes da Mackenzie.